Mesmo com crise, fantasias para Carnaval

Procura começou há uma semana, e lojas especializadas não têm do que reclamar. Não faltam foliões nem opções de preços
O Carnaval deste ano, pelo menos em Jundiaí, deverá ser bem colorido. Nas lojas especializadas em fantasias e acessórios, a procura por coisas carnavalescas começou na semana passada. E vendem de tudo – tintura pra cabelo, perucas femininas nada convencionais, fantasias adultas e infantis, além dos acessórios típicos. Em algumas, pacotes de confetes e serpentinas de papel completam o clima.
A loja mais antiga de Jundiaí, a Lanju, tem mais de 60 anos de história. Uma das donas, a jornalista Aline Leite Castro Rodrigues, só lamenta que a máscara do Japonês da Federal, que promete fazer sucesso, ainda não chegou. “Mas logo estará à venda”, diz ela. A mãe de Aline, Izilda, explica que é possível montar a fantasia.
“Tem de tudo, e aí a pessoa pode montar a fantasia do jeito que quiser, e se preferir, tem o kit pronto”, diz. Mãe e filha tocam a loja há 14 anos, e neste têm até coisas consideradas “inéditas” para o carnaval da cidade. São os casos de um par de nádegas e um de seios, de borracha, exageradamente grandes, comprados mais por homens que querem “causar”.
“O Carnaval de salão hoje é mais fraco, mas o pessoal gosta de sair nos blocos – explica Aline. E ninguém sai em blocos em trajes normais, normalmente com fantasia ou acessórios”. E tem fantasia para todos os bolsos, com a saia de bailarina, tiaras com flores, chapéus e algo que surpreende nas vendas – o cocar de flores.
Roseli Mendonça Pansonato, do Palácio das Fantasias, tem a loja desde 2004. Também não reclama do movimento. “Vendemos de tudo, de fantasias de colombina e pierrô, a acessórios como cartolas, bonés, chapéus, máscaras e óculos”, diz ela.
E foliões têm preferência. “Crianças gostam de fantasias de super-heróis, como Batman, Super Homem, Homem Aranha – explica Roseli. Meninas preferem fantasias de fadas, Branca de Neve, melindrosa”. Na loja, o estoque de perucas femininas, coloridas e escandalosas, baixa dia a dia.

E encontrar fantasia certa nem sempre é fácil. Na segunda-feira, Rossana Novaes e a filha Thaís procuravam o que lhes servisse. Rossana queria flores para enfeitar seu vestido, mas no tom que combinasse. Thaís, de 25 anos e quintanista de Medicina na Puc Campinas, enfrentava outro problema.
Devido à estatura e jeito de criança – ela aparenta ter no máximo 14 anos – enfrentou mais uma vez o provador. Resultado: a fantasia infantil de princesa era pequena demais, a de adulto, grande demais. Thaís vai passar o Carnaval no Rio de Janeiro com um grupo de amigos, estudantes como ela. E sabe que vai precisar apresentar documentos onde quer que vá – seu jeito infantil desperta suspeitas de porteiros e policiais. “Mas estou acostumada”, diz.