Louveira fica sem 92 funcionários. Ordem da Justiça

Eles ocupavam cargos de confiança e foram exonerados no último dia 30. Falta compromete serviços
Uma antiga encrenca entre alguns vereadores e o prefeito de Louveira, Nicolau Finamore Junior, terminou prejudicando a cidade. Esses vereadores procuraram o Ministério Público, que entendeu haver fundamento na reclamação, e pediu que a Justiça mandasse demitir 92 funcionários contratados em comissão. A Justiça aceitou os argumentos e mandou que as demissões fossem feitas, o que aconteceu no dia 30 de dezembro passado.
Resumo da ópera: eles estão fazendo falta, e alguns serviços podem ficar comprometidos, embora a Justiça tenha entendido que tem de haver concurso público para preenchimento desses cargos.
O prefeito está recorrendo da decisão no Tribunal de Justiça do Estado (2ª instância), mas até agora não houve pronunciamento algum. A liminar atinge 174 cargos, mas so 92 estavam ocupados. “Foi uma decisão muito radical”, diz Finamore.
O prefeito afirma categoricamente que todos os demitidos ocupavam funções em projetos e serviços essenciais à cidade, e que as contratações não interferem na saúde financeira da cidade. Louveira gasta 28% de sua receita com salários, enquanto a Lei de Responsabilidade Fiscal permite até 54%.
Quem ficou está acumulando funções. A secretaria que cuida de água e esgoto foi a mais prejudicada – de 13 cargos, nove foram atingidos. E Louveira tem projetos diversos para o setor, já em andamento, como a construção de novos reservatórios e de represa, além de reforma total da estação de tratamento de esgotos.
Com bastante dinheiro em caixa, mas sem gente para fazer a coisa funcionar, Finamore admite que alguns serviços ficarão precários. “Mas conto com a boa vontade e a dedicação dos funcionários que ficaram”, conclui ele.