Pancadão na Nove tira o sono dos moradores

Na noite de terça-feira (22), o advogado Tarcísio Germano de Lemos deixou o conforto da casa (afinal ele tem 83 anos) e foi à sessão da Câmara de Jundiaí. O ambiente lhe é por demais familiar – Tarcísio foi vereador e presidiu a casa. Recebido com honras, dispensou tudo – estava lá para protocolar uma representação.
Morador do Jardim Morumbi, Tarcísio se uniu a outros moradores, revoltados como ele, com a barulheira dos finais de semana que acontece na praça do final da Nove de Julho, onde reúnem-se os “food-trucks”.
“É muito carro de som e aquele pancadão até de madrugada”, diz ele. As ruas próximas, como a Comendador Vicente Rossi, ficam cheias de carros, estacionados sobre a calçada, e com o som alto ligado. “E olha que isso vai até de madrugada, impedindo os moradores de dormir”, explica.
Um grupo de moradores acompanhou a sessão. Um dos presentes contou que para impedir o pancadão, um idoso chegou a se deitar no meio da rua para impedir a passagem de carros. Outro reclama que não pôde entrar em casa, pois havia um carro estacionado em frente sua garagem. “Há ainda outras cenas, porém silenciosas – conta outro morador. Mais de uma vez já vi casais fazendo amor dentro dos carros, mas dado o adiantado da hora, não me incomodei”.
Como em Jundiaí existe uma lei que proíbe os pancadões, seu autor, Paulo Sérgio Martins, também entrou na briga e quer exigir o cumprimento da lei. Deve estar incomodando muito. Junto à representação de Tarcísio, havia um abaixo-assinado com 340 assinaturas.