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terça-feira, 21 maio, 2024

Avanços da Medicina minimizam surtos de esclerose

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infoLembrada no último domingo (30), a Esclerose Múltipla hoje é controlada e pacientes têm vida normal
Há alguns anos, quando alguém se referia a outro como “esclerosado” estava praticamente assinando sua sentença de louco. Com os avanços da Medicina, sabe-se muito mais sobre a doença atualmente, a começar que ela não é mental, não é contagiosa, não é hereditária e nem provoca a morte.
O país tem aproximadamente 35 mil portadores da EM, e a maioria é formada por mulheres, normalmente entre 25 e 25 anos de idade. Os médicos não sabem ainda o que causa a doença, que não tem cura, porém tem controle. “O tratamento é feito com imunossupressores que tendem a minimizar os surtos” – explica a doutora Maria Fernanda Mendes, uma das maiores autoridades do assunto no país.
Os surtos vão desde embaçamento da visão até perda do movimento dos membros. “É uma doença que não mata, não é hereditária nem contagiosa, explica a médica, mas é perfeitamente controlável”.
Existe, na Capital, uma associação que procura ajudar os portadores da EM – é a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla, na avenida Indianópolis. Ela oferece orientação a pacientes e seus familiares, além de atendimento de neuro-reabilitação, serviço social e orientação jurídica.
“Não é uma doença mental, explica a doutora Maria Fernanda, e isso é importante frisar porque as pessoas confundem a esclerose com a doença que atinge os idosos, que antigamente falava-se esclerosado. Esclerose nada mais é do que cicatrizes oriundas do ataque do corpo (por isso autoimune) nas células saudáveis, no caso da EM, a bainha de mielina”.
Alguns sintomas podem identificar a presença da esclerose, como fraqueza muscular nos braços e pernas, formigamento de parte do corpo, desequilíbrio e falta de coordenação motora, perda do controle da bexiga ou do intestino, visão dupla ou perda da visão, problemas de fala e audição, tremor nas mãos, fraqueza ou cansaço exagerado e depressão. Normalmente, o primeiro sintoma é na visão.
“Os sintomas podem surgir do nada – alerta a médica – e não se sabe a cura porque não existe a certeza da causa”. Mas, em caso de sintomas, é bom o interessado não se basear em consultas na Internet, uma vez que há muita informação desatualizada e incoerente. Afinal, o dr. Google não é tão especialista como se pensava.
No começo, desespero
Quem se descobre portador de esclerose múltipla passa por maus bocados justamente devido à falta de informação. R.S., morador em Jundiaí, descobriu ser portador da EM há um ano, e hoje, com acompanhamento médico, tem vida normal, sem surtos. Ele deu seu depoimento ao Jundiaí Notícias:
“Descobri a Esclerose Múltipla por acaso em agosto de 2014. Depois de um embaçamento visual procurei um oftalmologista. Após exames de rotina e nada encontrado, ele pediu que fizesse ressonância de crânio e olho. O resultado foi uma doença desmielinizante e fui orientado a procurar um neurologista.
Ao pesquisar na internet sobre o assunto o desespero tomou conta de mim. Os relatos eram os piores. Na minha concepção iria ficar em uma cama inválido em poucos meses ou até dias. Quem me ajudou bastante foi minha psicóloga, que indicou uma especialista em São Paulo, que me tranquilizou.
Até chegar ao diagnóstico tive de fazer uma série de exames. Acho que a melhor orientação que ela me deu foi: pare de procurar informações na internet sobre o assunto. Elas estão defasadas e, a cada ano, novos tratamentos estão sendo desenvolvidos.
Como professora na área de doenças autoimunes, ela me disse que todo ano tem de mudar a aula inteira por conta disto. Uma doença que até 15 anos atrás não tinha nenhum tratamento, atualmente existem diversos tipos.
O embaçamento visual significava que a doença estava ativa e ela tratou com 5 dias de pulso terapia com metilprednisolona. Isso para o organismo é uma bomba de corticoide que para mim não deu efeitos colaterais e ainda restaurei minha visão em quase 100% comparado ao que eu tinha antes do problema. Mas isso foi o tratamento do surto e não da doença.
Em dezembro iniciei o tratamento com o que tinha de mais avançado em medicação. Foi a primeira medicação via oral. Hoje, um ano depois de diagnosticado, tenho uma vida melhor do que antes pois parei de fumar, tenho alimentação mais saudável e pratico exercícios. Às vezes é melhor ter um susto para mudar os hábitos”.

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