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sexta-feira, 26 abril, 2024

Maluf, sozinho, desviou mais dinheiro que o Mensalão

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Os valores aparecem agora, mais claros, após acordo de dois bancos, que vão devolver dinheiro a São Paulo
O deputado Paulo Maluf pode ser considerado um gênio do mal. Sozinho, sem cúmplices, fez um estrago danado no dinheiro público. É tanta coisa que em março será julgado em Paris pelo Tribunal Correcional. Nos Estados Unidos, é procurado pela polícia. Tem ainda processos na Suiça e em Luxemburgo. E está na lista da Interpol.
Acontece que, na semana passada, dois bancos internacionais fizeram acordos com o Ministério Público paulista. O UBS Zurich vai devolver 10 milhões de dólares à prefeitura de São Paulo; o Citybank americano outros 15 milhões. Em reais, pouco mais de 70 milhões.
Os banqueiros foram rápidos e preferiram entregar os anéis para não perderem os dedos. Nas contas desses bancos circularam 300 milhões de dólares que Maluf teria desviado da prefeitura entre 1993 e 1996. Para escapar de ações na justiça internacional, entenderam ser melhor fazer esse acordo, que deve ser homologado pela Justiça paulista em até 90 dias.
Em outubro do ano passado, outro banco já havia feito acordo parecido. O Deutsche Bank aceitou pagar uma multa de 20 milhões de dólares, porque também escondia dinheiro de Maluf numa conta aberta nas Ilhas Jersey – e nessas contas, Maluf movimentou 200 milhões de dólares.
Maluf, cara de pau como só ele, continua negando tudo. Mas se colocar o pé fora do Brasil é preso – está procurado pela Interpol. Aqui não acontece nada porque, como deputado federal, tem imunidade parlamentar. E ele fez tudo sozinho, ao contrário da turminha do Mensalão e do Petrolão.
O único cúmplice de Maluf já morreu – era o ex-prefeito paulistano Celso Pitta, denunciado pela ex-mulher, dona Nicéia, que ficou irada ao saber que ele tinha amantes, queria a separação e não estava disposto a repartir parte do butim.
Com tamanha ficha, Maluf poderia entrar para a história como um capo e tanto, não fosse o fato de não ter sua família mafiosa – os únicos possíveis (bem entendido, possíveis) cúmplices de Maluf seriam de sua família biológica.
O grosso do dinheiro foi desviado das obras do túnel Ayrton Senna, mas os promotores que cuidam da história sabem que não foi só lá que Maluf encontrou seu paraíso. Há outras denúncias de superfaturamento durante sua passagem pela prefeitura paulistana e pelo governo paulista.
Como o corrupto só existe se houver um corruptor, as empreiteiras contratadas na época – e que possivelmente pagaram propina a Maluf – estão com a barba de molho. E sabe quem são elas? As mesmas que aparecem agora no escândalo da Petrobras.

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