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terça-feira, 16 abril, 2024

Afinal, o que se sabe sobre a cloroquina?

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Se existe um remédio mais conhecido que Melhoral, este é a cloroquina. Está em alta, sumiu das farmácias (só se compra com receita médica) e tem ferrenhos defensores, como Trump e Bolsonaro. O presidente americano afirmou inúmeras vezes que toma hidroxicloroquina por prevenção; o brasileiro que está tomando desde que foi diagnosticado.

Há muita controvérsia. A Organização Mundial da Saúde, por exemplo, suspendeu os testes, alegando que o remédio não reduz taxa de mortalidade em pacientes com o vírus. A droga era vendida livremente (sem receita) antes da pandemia, e é usada no tratamento de malária. Combate a febre e inflamações. E há estudos com resultados antagônicos.

Um dos estudos mais avançados, o Recovery, feito pela Universidade de Oxford (Inglaterra), fez testes com 11 mil pacientes infectados pelo vírus. A conclusão: “não há efeito benéfico da hidroxicloroquina em pacientes hospitalizados com covid-19”. E a droga foi deixada de lado no estudo. Mas existem mais de 200 estudos em todo o mundo, tendo a hidroxicloroquina como elemento principal. A revista científica The Lancenet afirmou que o remédio aumentava as fatalidades e causava problemas cardiácos nos pacientes. Depois a revista voltou atrás, quando constatou que o estudo apresentava muitas deficiências.

Um outro teste está em andamento. A Unidade de Pesquisa em Medicina Tropical, também de Oxford, está fazendo testes em massa de 40 mil trabalhadores da Europa, Ásia, África e América do Sul. Não há resultados conclusivos ainda. O professor Nick White, que comanda o trabalho, diz que “a  maioria dos especialistas concorda que há uma chance muito maior de benefício na prevenção do que no tratamento”. Em março, o Food and Drug Administration (FDA), a agência sanitária dos Estados Unidos, deu autorização de emergência  para o uso da cloroquina para tratamento da covid-19 em número limitado de casos em hospitais. Em junho, o FDA retirou a droga de sua lista. Há ainda relatos de pacientes que se envenenaram tomando cloroquina sem supervisão médica.

A França havia autorizado hospitais a usarem a droga, mas depois anulou essa autorização por causa de possíveis efeitos colaterais. Houve estudos na China e na França que concluíram que a hidroxicloroquina e a cloroquina poderiam beneficiar pacientes com coronavírus. E tudo começou em abril, quando o presidente Trump afirmou durante uma entrevista: O que você tem a perder? Tome cloroquina. E falou também que tomava a hidroxicloroquina como medida de prevenção.

Em resumo, pouco ou nada se sabe sobre a droga. Pesquisadores concordam que cada organismo reage de forma diferente ao medicamento. Para uns, a salvação. Pra outros, complicação.

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