Odillies lança neste mês das mulheres seu programa semanal no Novo Dia Notícias e aqui você fica conhecendo um pouco a história da nossa entrevistadora
Odillies Moro é uma pessoa conhecida e bem vista na sociedade jundiaiense. Nascida no hospital São Vicente de Paula, ela – que é mãe de um filho e já é avó – vem de uma família italiana, onde aprendeu a ter uma disciplina alimentar leve e saudável. Talvez isso explique que, ao longo dos seus 1,87m e 75 anos, ela se mantenha esbelta. “Não lembro as vezes em que comemos comidas industrializadas, tudo era feito de maneira natural. Mas lembro que somente com 22 anos que tomei o primeiro gole de Coca-Cola”, comentou.
Em sua vida já fez um pouco de tudo. Estudou balé, pedagogia e piano. É cantora, compositora e sempre gostou de teatro, o que explica ter saído de um cargo na Secretaria de Educação de Jundiaí para participar de um grupo e então ir para a França representar o Brasil. A peça era “O casamento do pequeno burguês” – relembra. Lá ficou dois anos: “Foram dois anos muito agradáveis. Na comunidade onde fiquei me dedicava ao canto e à alimentação. Fui muito bem recebida” – completa. Depois da trajetória internacional, mudou-se para Minas Gerais, onde casou e teve seu filho. Voltou para Jundiaí onde mora até os dias de hoje. No retorno à Jundiaí, decidiu retomar sua vida musical se apresentando em eventos locais; e em seguida fez parceria com Clarina Fasanaro, sua dupla musical. Em 1967, venceu quatro festivais no Clube Jundiaiense com músicas de própria autoria, dando start para o M.P.B. Odilies passou por diversos shows televisivos onde esteve lado a lado com estrelas como Hebe Camargo e Elis Regina. A emoção tomou conta quando comentou sua infância: “Me lembro de brincar de patinete na rua, era uma época de muitas brincadeiras” – conta. “Os amigos de outrora, poucos ainda tenho”. Conta que viveu em uma época muito boa, da qual tem saudade: “Me lembro do glamour dos casamentos,
festas de formatura com longos vestidos, chapéus e luvas”.
Além da cultura, sua outra paixão sempre foi a culinária. Casa de Pássaros foi sua empreitada no ramo alimentício. Seu restaurante não teve vida longa, mas foi bom enquanto durou, segundo Odillies.
Neste mês, a Urbem Magazine sai com duas surpresas: Primeiro homenagear todas as
mulheres na figura dessa mulher que carrega uma belíssima história de vida; e o segundo, mas não menos importante, contar a estréia do Odillies Entrevista, um programa semanal no qual nossa ela traz um convidado especial para uma conversa descontraída, e agradável. Sua estreia será no dia 23 de março, às 17 horas no novodia.digital. E segundo Odillies, o dia foi escolhido a dedo porque será lua crescente, que é para dar uma sorte e
energia boa.
Enquanto a ansiedade toma conta, veja o que se passa na cabeça de Odillies Moro – que nada tem a ver com o ex-Ministro, diga-se de passagem.
Hoje, como você enxerga sua trajetória?
Digo que toda a escolha tem um lado bom e outro difícil. Com a escolha de você deixar um casamento, por exemplo, você consegue coisas legais, mas também deixa outras boas pra trás. Hoje eu percebo que consegui equilibrar as perdas e os ganhos. Tudo fica na memória. Convivo com as lembranças sem rancor, mágoa, e completamente livre. Além disso, tenho ótimas lembranças e tenho bom relacionamento com o universo que deixei e também com esse que vivo agora. Tenho muitas experiências, e ainda assim, me sinto no início das
coisas. Vivendo o presente, olhando para o futuro e planejando coisas. É o que temos de fazer. Não penso em parar, estou sempre aceitando desafios.
Como você se sente com a sua trajetória? Mudaria algo se pudesse voltar no tempo?
Realizada. Me sinto bem por ter realizado tantas coisas. Me sinto em paz e feliz. Estou ligada ao universo e a uma espiritualidade maior; sempre que acordo eu olho pro céu. Hoje sou uma pessoa próxima de tudo, sem preconceitos. Se eu pudesse voltar no tempo, procuraria entender mais o outro, me colocaria mais no lugar das pessoas.
Como você define sua vida?
Uma batalha. Um desafio, continua sendo. O mundo é desafiador, não tem como me sentir diferente, estamos passando por um momento desafiador. Mas tenho energia, força e vontade, a felicidade há de estar lá. Hoje tenho 75 anos, sempre me cuidei e nunca passei por nenhum procedimento cirúrgico; às vezes penso, mas ainda não encarei. Caminho bastante, faço academia e até hoje cuido da minha alimentação. Convivo bem com a minha aparência física e sei que tudo pode melhorar. Evolução é a palavra, não podemos parar no tempo. Estamos aqui para evoluir.
Como será o novo programa?
Programa de variedades. Terá entrevistas com representantes de diferentes segmentos. O programa coloca como expectativa o conhecimento das atividades que os entrevistados desenvolvem atualmente e que de alguma maneira possam contribuir para o dia a dia do público com novas ideias, experiências de vida, troca de informações, e essa exposição pode levar a novas parcerias e contatos.
Estamos no mês das mulheres, o que tem a dizer sobre esse dia?
Eu vejo que cada vez mais nós, mulheres, queremos e gostamos de nos posicionar e
contribuir para o desenvolvimento de uma sociedade mais educada, mais consciente e menos egotista. Uma sociedade que reconheça que todos viemos de algum lugar, algum núcleo, e que é um dever respeitar e conviver com as diferenças. Nesse sentido, a mulher tem sensibilidade de reconhecer falhas, paciência para lapidar comportamento, proporcionar oportunidades de harmonia na família e no meio em que atua. Nós, mulheres, temos grandes responsabilidades, mas também devemos reconhecer que nossos opostos têm a mesma proporção e então devemos administrar essa questão de maneira equilibrada,
nem superior, nem inferior, mas de acordo com a natureza de cada um.
