Em meio ao carnaval, um deputado aliado a Bolsonaro, resolveu divulgar um vídeo esculhambando com o STF – Supremo Tribunal Fedorento. Falou o que todo brasileiro pensa e gostaria de falar, e fala. Mas não em vídeo. Um dos ministros do STF, Alexandre de Moraes, mandou prender o deputado pela ofensa.
Mas teve mais gente que falou cobras e lagartos do Supremo Tribunal Fedorento. E nada aconteceu. Os ministros nem tomaram conhecimento. Eram todos amigos. Talvez compadres. O desabafo do deputado se deu pelas últimas atitudes do STF, que engaveta processo há décadas e julga com pressa o que é de seu interesse. E isso todo mundo sabe.
De todos os ministros – são onze no total – somente três já foram juízes, pelo menos de primeira instância. Os demais estão lá por apadrinhamento. Com uma nomeação dessa, é praticamente um dever defender quem os nomeou. E suas decisões são estranhas. São decisões que colocam em dúvida sua credibilidade e sua imparcialidade.
Nas redes sociais não faltam clamores pedindo para as Forças Armadas acabarem com o STF. Não é o melhor caminho. O ex-deputado, e hoje presidente do PTB, Roberto Jéferson (aquele que denunciou o Mensalão) ataca costumeiramente o STF. Chegou a insinuar claramente as preferências sexuais de alguns ministros por homens. E por que não prendem Roberto Jéferson? Talvez ele saiba demais, e se abrir a boca, complica muita gente.
Passou da hora de modificar os critérios de escolha desses ministros. Há de se exigir um mínimo de experiência como julgadores, além de vasta cultura jurídica. Há de se nomear ministros que apliquem a lei, e não a interpretem a seu bel prazer.
Um general, Villas Boas, também atacou o STF, e só agora um ministro-, Fachin, veio a público dizer que isso é inaceitável. É aceitável sim. Se todos os brasileiros falarem claramente o que pensam do STF, vai faltar cadeia nesse país. Em tempo: quando o STF vai parar de interferir em tudo?