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sábado, 23 novembro, 2024

Vacina contra HPV evita câncer de útero e infertilidade

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Importante imunizante combate o Papilomavírus Humano e é indicado para meninos e meninas até 14 anos e adultos

Implementada pelo calendário nacional de imunização do Ministério da Saúde em 2014, a vacina contra o HPV é indicada preferencialmente para meninas entre 9 e 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Ou adultos até 26. Aplicada em duas doses, com intervalo de seis meses, a vacina protege contra as infecções do Papilomavírus Humano e consequentemente contra o câncer de útero e seus possíveis efeitos, como a infertilidade.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer, o câncer de útero é a terceira neoplasia mais frequente entre as mulheres no Brasil, acometendo mais de 16 mil por ano. A família do Papilomavírus Humano conta com mais de 150 diferentes subtipos. Nem todos são capazes de causar infecções que levarão a tumores invasivos, mas os oncogênicos estão relacionados a diversos tipos de cânceres, como o câncer de colo de útero. O contágio pelo vírus está associado à prática sexual desprotegida.

Segundo o Inca, a doença tem desenvolvimento lento e pode não apresentar sintomas na fase inicial. Nos casos mais avançados, pode evoluir para sangramento vaginal intermitente (que vai e volta) ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal e dor abdominal associada a queixas urinárias ou intestinais. O exame citopatológico Papanicolau, ou exame preventivo, complementa o arsenal na prevenção do câncer relacionado ao HPV.

Uma das consequências do câncer de útero é a infertilidade. De acordo com a especialista em Reprodução Assistida Cláudia Navarro, ela pode acontecer por motivos diferentes, dependendo do tipo de tratamento indicado. “A primeira questão é a radioterapia, tratamento mais comum nesse tipo de câncer. Como o tratamento será diretamente no órgão, ele pode ser afetado anatomicamente e causar alguma dificuldade para engravidar no futuro. A segunda é a cirurgia que, dependendo da forma e indicação, pode também causar lesões no órgão, dificultando a gravidez. Há casos, inclusive, de necessidade da retirada total do órgão. A terceira, a quimioterapia, embora não seja a rotina, quando indicada, pode comprometer os óvulos da mulher”, explica.

Cláudia considera que é papel fundamental do médico aconselhar a paciente e orientá-la sobre o congelamento de gametas antes do início do tratamento. “É uma alternativa viável. O procedimento é feito por meio da indução da ovulação, com medicamentos seguros, que possibilita a coleta dos óvulos”, afirma a médica. Após o tratamento para o câncer, e com plenas condições de saúde, esses óvulos congelados podem ser utilizados de formas distintas. “Primeiro, ela deve recorrer ao parceiro ou doador anônimo para realizar a fertilização in vitro, diz ela. Se o útero foi preservado durante o tratamento para o câncer, ela mesma poderá engravidar. Caso o órgão tenha sido retirado, a paciente pode ainda optar pela barriga solidária”, conclui.

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