Vivemos as delícias de um país tropical, com uma forte incidência solar durante todo o ano. O cenário é convidativo para aproveitar praias, piscinas e outras atividades de lazer ao ar livre. Temos o merecido direito de desfrutar de tudo isso e, ao mesmo tempo, manter os cuidados para a saúde da nossa pele.
O câncer de pele é um assunto muito importante e a prevenção precisa começar desde cedo, tornando-se um hábito familiar. O uso do protetor solar deve se tornar frequente, principalmente para trabalhadores expostos diariamente ao sol. Vale incluir nas recomendações a utilização de barreiras mecânicas como bonés, chapéus, óculos de sol. Na praia, ficar protegido em barracas ou sob o guarda-sol reduz significativamente os riscos advindos da exposição ao sol.
Temos muitos motivos para precauções. O câncer de pele não melanoma corresponde a 30% de todos os tumores malignos registrados no país e é o mais frequente entre a população brasileira. Estimativas do Inca (Instituto Nacional do Câncer) apontam que o Brasil deve registrar mais de 176 mil casos novos em 2020.
Nos últimos anos, a idade média dos pacientes desse tumor vem diminuindo por conta da exposição de jovens aos raios solares, cada vez mais cedo. Ficar atento aos sintomas também ajuda. Manchas de pele que coçam, ardem, descamam ou sangram, além de feridas de difícil cicatrização em até quatro semanas merecem a atenção de um especialista.
O diagnóstico precoce pode trazer uma diferença significativa, ajudando a alcançar melhores resultados. Por isso, se perceber qualquer um dos sintomas acima, não titubeie em procurar um médico. Além disso, mantenha o hábito de ter protetor solar na bolsa ou mochila. Assim como adotamos o álcool em gel durante a pandemia, ele também precisa ser incluído nos nossos hábitos diários.
RAMON ANDRADE DE MELLO
Médico oncologista e Professor universitário