De março do ano passado ao início de fevereiro, a Prefeitura de Jundiaí entregou 46.739 cestas de alimentos para pessoas e famílias em vulnerabilidade social. Esse plano de atendimento surgiu após a crise social gerada pela pandemia e foi formatado a partir do Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus (CEC), levando em conta que muitas pessoas e famílias ficaram sem renda.
Um amplo trabalho em rede foi realizado para identificar essas pessoas e chegar até elas. Uma das beneficiadas é a diarista Renata Viana Brito, 35 anos, casada e mãe de dois filhos. Antes da pandemia, ela trabalhava de segunda a sábado, mas a realidade mudou. “Hoje eu trabalho dois dias por semana, talvez três”, relata ela, moradora do bairro Fazenda Santa Marta. Ali, além de sua família, outras cinco têm lançado mão desse necessário e emergencial apoio alimentar.
“Tem sido muito bom para nós e os produtos são de boa qualidade”, diz Renata. As cestas, entregues mensalmente, contêm produtos básicos como arroz, feijão, farinha, açúcar, fubá e óleo. “Além de mim, meu marido, que é jardineiro, viu a procura por seu trabalho diminuir bastante.”
O plano de atendimento emergencial para a distribuição das cestas foi construído pela Unidade de Gestão de Assistência e Desenvolvimento Social (UGADS) em parceria com outros órgãos, como o Fundo Social de Solidariedade (Funss) e a Rede Jundiaí de Cooperação (vinculada à Unidade de Gestão de Governo e Finanças), além de contar com o apoio de entidades da sociedade civil, como a Sociedade São Vicente de Paulo, a Cáritas Diocesana de Jundiaí, a Associação Acolhimento Bom Pastor e a Associação Almater. Do total de cestas entregues por meio do plano, mais de 32 mil foram provenientes de doações à Prefeitura por parceiros.
Segundo o gestor da UGADS, Roberto Araújo, o número de cestas entregues é significativo. “Não temos dúvidas de que em 2021 o impacto da pandemia ainda vai gerar dificuldades para muitas famílias”, explica. “Por isso, o trabalho com toda a rede e com os nossos parceiros continua, com certeza.”
A captação dos produtos é feita tanto pelo Fundo Social de Solidariedade quanto pela Rede de Cooperação. Os alimentos são levados depois a um Centro de Distribuição da Prefeitura, onde passam por controle interno, armazenagem, inclusive com código de barras para rastreamento. Em paralelo, foram entregues também cestas verdes, com frutas e legumes da estação.
A identificação das pessoas necessitadas é feita pela própria UGADS, que estabelece locais e maneiras para que as pessoas retirem suas cestas. “Nosso plano foi bastante ambicioso, para garantir que nenhuma família passasse fome durante a pandemia”, explicou a gestora adjunta da UGADS, Maria Brant. “Nos primeiros seis meses da pandemia a procura foi maior.”
Uma dificuldade, relata Brant, era chegar a essas pessoas, chamadas de “novos vulneráveis”, ou seja, que ficaram sem trabalho ou, como a Renata, perderam significativa renda nesse período. “Nesse sentido, algumas organizações tiveram grande importância, como os vicentinos”, explica a gestora adjunta.
Uma das maneiras adotadas para a entrega das cestas de alimentos foi a implantação de um cadastro digital, nos Cras (Centros de Referência de Assistência Social) de diferentes bairros, que informa as pessoas pelo WhatsApp. “Esse sistema deu certo, veio para ficar”, observa Brant. “O jundiaiense foi solidário na pandemia, tanto pessoas quanto empresas que fizeram doações.”
Interessados em doar podem procurar a Rede Jundiaí de Cooperação pelo site ou pelo telefone 4589-8602, ou o Fundo Social de Solidariedade, pelo telefone 4521-2929.