Jundiaí tem dois grandes galpões de lojistas do Brás – um próximo à Autoban, e outro na Vila Arens, a 100 metros da Receita Federal. Nota fiscal por lá é artigo raro ou inexistente
Os dois grandes galpões de lojistas do Brás em Jundiaí atraem público, vendem bem e têm algumas características: não existe nota fiscal, a educação dos vendedores passa longe de qualquer comportamento aceitável e não faltam mercadorias falsificadas ou contrabandeadas. Uma fiscalização mais séria interditaria todas as lojas.
O primeiro caso é a sonegação fiscal – sem nota, não há recolhimento de impostos nem para o Estado nem para a cidade; mercadorias falsificadas ou contrabandeadas são passíveis de apreensão, e seu vendedores deveriam ser processados criminalmente. Mas nada disso acontece. Quanto à educação dos vendedores, impossível de resolver – a maioria é formada por paquistaneses, hindus, bolivianos e venezuelas. Não se sabe também se a permanência deles em território brasileiro é legal, e poucos falam um português aceitável.
Ambos (os dois grandes galpões) oferecem facilidades, como estacionamento de graça e lanchonete. E só. No final do ano, o galpão próximo à Autoban fez promoção com sorteios diários de vales-compras. Também algo totalmente ilegal, pois qualquer promoção desse tipo precisa de autorização federal. E o mais grave acontece na Vila Arens.
O galpão da Vila Arens funciona no prédio que já foi da Casa Garcia e um templo da Igreja Universal. Está a pouco mais de 100 metros da Delegacia da Receita Federal, que fica na esquina da avenida Doutor Cavalcanti com a rua José do Patrocínio. Mas parece que a Receita desconhece a existência do galpão, embora o volume de produtos falsificados e contrabandeados seja gigante.
Nesses lugares é possível comprar produtos de grife a preço de banana. Um tênis Nike, que em loja regular é vendido a R$ 500 ou R$ 600, custam bem menos nesses paraísos de ilegalidades – R$ 80. Camisa Dudalina, que não custa menos de R$ 400 numa loja de verdade, por lá saem até por R$ 50. Jeans Pierre Cardin, outra pechincha – R$ 70.
Quem compra até defende os lojistas sonegadores, questionando os preços do comércio regular. Mas não entende que boa parte dos impostos não pagos poderia ser usada para melhorar suas vidas. Nada por lá é vendido com garantia. Até há algum tempo, sequer existiam provadores.
A existência desses galpões, que não são incomodados por qualquer tipo de fiscalização, está incentivando outras pessoas, da Capital, principalmente, a abrir novos negócios em Jundiaí. E isso é muito ruim para a cidade – movimenta a economia informal, enriquece forasteiros e fica sem os impostos que lhe são devidos.
Seria de bom senso haver um filtro geral nesses galpões. Primeiramente, saber quem está à frente das lojas, todos estrangeiros. Se estão em situação irregular, que sejam devolvidos para seus lugares de origem. Se estão regulares, que regularizem suas lojas também. No meio de tanta gente, não se sabe se somente são refugiados, se estão em busca de oportunidade de trabalho aqui no Brasil, ou se são terroristas ou criminosos foragidos.
O segundo filtro seria por conta de fiscais do ICMS, da Receita e da Prefeitura. Estima-se que a maioria dos lojistas sequer tenham CNPJ. É barato? É. Mas sonegar é crime; falsificar mercadoria é crime, e contrabando também é crime.