Rainha do Morango de Jundiaí, fez carreira como modelo e atriz. Numa entrevista à revista Quem, afirmou que era comum o assédio sexual na TV
Desde jovem Cida chamava a atenção. Embora tenha nascido em Ubiratã, no Paraná, foi em Jundiaí que ela começou a se destacar, ao participar e vencer o concurso de Rainha do Morango. Alta, loira e bonita naturalmente, tornou-se modelo, fez ensaios fotográficos, até que a revista Playboy a descobriu – acabou sendo capa da revista três vezes. E uma delas com recorde de vendagem, quando Cida pousou com o mais conhecido Papai Noel do Brasil, Toninho Santinato.
Nos anos 1990, Cida tornou-se musa e símbolo sexual. Era comparada à atriz americana Pamela Anderson pela fartura dos seios (naturais) e pela cintura fina. Cida então iniciou sua carreira de atriz. Entre 1999 e 2001 interpretou Dona XT na Escolinha do Barulho, na RecordTV. Na sequência fez uma participação na novela Roda da Vida e atuou na peça Bonifácio Bulhões.Fez também outras participações em vários programas. Em 2003 fez teste para a novela Canavial de Paixões, mas não foi aproada. Entre 2005 e 2006 foi repórter do programa Mulheres em Foco, da Rede Mulher. Entre 2007 e 2008 apresentou o programa de turismo Companhia de Viagem na RedeTV. Em 2013 realizou o curso de corretora de imóveis e passou a trabalhar na área.
Em entrevista à revista Quem, Cida contou que assédio sexual não é novidade no mundo da televisão. Cida teve de lidar com preconceitos por ser um símbolo sexual ao investir na carreira de atriz. Formada em Artes Cênicas, ela conta que tinha dificuldades para conseguir papéis que não fossem da mulher sensual. Isso a fez recusar trabalhos e se distanciar da TV. “Foram vários testes e sempre caíam os papéis de boazuda, mulher fatal. Não tinha como tirar o rótulo de sexy repetindo os personagens, então optei em não fazer mais TV até chegar o dia em que fosse diferente e desafiador. Eram personagens fáceis demais, que não me tiravam da zona de conforto, por serem o clichê da loira burra com um cara dando em cima dela. E, quando questionava a possibilidade de outros personagens mais complexos e interessantes, entravam as indiretas e assédios para ganhar o papel. Com o tempo isso vai minando a paciência e bom humor de qualquer mulher que saiba onde quer estar e não aceita qualquer coisa para aparecer somente”, lembra.
O assédio sexual também era coisa comum, mesmo nos bastidores da TV. “Tenho várias situações. Em uma delas, eu estava gravando um programa de humor e o apresentador, na hora de passar o texto, disse que estaria disponível tal dia e tal hora da semana durante a sessão de terapia da esposa. Ali perdi a admiração e carinho pelo profissional na hora. Parei de gravar naquela emissora em respeito à esposa dele na época e principalmente por mim. Infelizmente, tem gente que acha que o poder dá o direito de colocar uma mulher em situação constrangedora”, afirma.
Hoje, aos 46 anos, conta que teve de realinhar corpo e mente após deixar os holofotes. Cida está casada há 14 anos com Ricardo Saito. “Levou um tempo para alinhar meu exterior com o interior devido ao rótulo de mulher fatal. Hoje eu acredito que para uma mulher poder ser feliz e bem-resolvida, ela precisa se sentir mais valorizada de dentro para fora. A partir do dia em que tomei consciência da importância do autoconhecimento, minha vida mudou”, conta Cida.
O distanciamento da vida pública a ajudou a dar um outro olhar para a beleza. “Deixei de buscar no externo e na maquiagem a plenitude da minha verdadeira beleza. O que me incomoda eu não potencializo e dou mais atenção ao que me faz feliz. Hoje cuido em primeiro lugar da minha saúde, praticando meditação, frequentando academia, mas sem cometer excessos”.
Cida tem se dedicado ao projeto de ajudar outras mulheres a recuperarem sua autoestima por meio do amor próprio. Em seu canal do YouTube Cida Marques Oficial, ela fala sobre autoaceitação e amor próprio com especialistas.
“Percebi a necessidade de ajudar mulheres na autoaceitação e a questão dos sintomas da baixa autoestima e falta de amor próprio. Temos novas playlists com psicólogos, especialistas e mestres do comportamento como a Leticia Ravagnani, Liliane Marques e Marcelo Harada, para dar dicas de como melhorar a autoestima cuidando de dentro para fora. Além disso, tenho dicas de lugares aconchegantes no Brasil e fora como opção de bem estar”, explica ela, que também comanda como apresentadora o Hair Channel, em que dá dicas para cuidados com os cabelos.