Não era muito bonita, nem muito gostosa, mas era a mais disputada da classe. Nos seus 15 anos, Regininha era uma das quatro moçoilas misturadas aos 40 marmanjos daquela classe. Novidade na época a classe mista, e sua escola havia sido uma das pioneiras. Escola que tinha o Robertão como diretor, sujeito bravo, de bigode espesso, que, dizia-se, pegava a professora de matemática, uma senhora casada e insatisfeita com a vida conjugal.
Robertão se interessou pelo sucesso de Regininha e pôs-se a observar o que poderia atrair tantos marmanjos. Não descobriu absolutamente nada – a mocinha tinha comportamento exemplar, não falava palavrões, não namorava, tinha boas notas e era disciplinada.
O sucesso se dava nos fins de semana, quando Regininha masturbava metade da classe. NO cinema, nos bailinhos de garagem, nos escurinhos atrás da igreja, depois da missa. Regininha não se fazia de rogada, não escolhia nem cor nem tamanho. E a molecada ficava aliviada depois da punheta tocada por Regininha. O tempo passou, Regininha chegou aos 18 anos e resolveu que estava na hora de namorar. Na faculdade, passou a namorar um professor, bem mais velho, meio broxa até, que lhe dava algum dinheiro.
Dia sim dia não os dois passavam a noite juntos. Regininha fazia de tudo para o professor funcionar. Se esfregava, masturbava, chupava, e nem sempre dava resultado. Num intervalo, conheceu um tal de Carlão, estudante um ano à frente dela no mesmo curso, e passou a se satisfazer com ele. Pra não perder a boquinha, manteve o namoro com o professor e sua aventura amorosa com Carlão.
Carlão era fogo. Não dava sossego. Quando Regininha pensava que ele já estava cansado e iria dormir, começava tudo de novo. Ela chegou a inventar menstruação e dor de cabeça pra se livrar do rapaz, mas ele era paciente e quando voltava à carga descontava o que ele chamava de dias parados. Essa história durou quatro anos, até a formatura.
Na festa, dividida entre o professor e Carlão, Regininha achou melhor evitar os dois. Foi para um jardim do salão de eventos, meio escuro, e entre uma tragada e outra de seu Marlboro bateu a vontade de ter uma rola. Notou quando a namorada do Chico, seu coleta de classe, foi para dentro, talvez ao banheiro. Regininha se aproximou, e um minuto depois já estava masturbando o rapaz, o que foi visto por outro casal – Paulinha e Zé Roberto – que tinha fama de maconheiro.
O casal convidou Regininha para uma farra a três. Se tudo corresse bem, seria uma farra a cinco, talvez oito. Seria na casa do Zé Roberto, filho de um importador de carros, o que lhe garantia uma mesada e tanto. Uma hora depois, o casal procurou Regininha e avisou que estava tudo certo. Seriam os três mais um outro casal do 2º ano e dois sujeitos sem acompanhantes.
Foram para a casa do rapaz. Não faltaram bebidas. Nem sofás, nem cama. Quinze minutos depois todo mundo estava peladão. E aí começou a suruba, onde ninguém era de ninguém. Regininha foi comida, chupada, arregaçada. Parecia satisfeita, até que veiu que Zé Roberto ainda estava com o pinto ereto. Não resistiu e se pôs a masturbar o rapaz, enquanto Paulinha assistia e era possuída por um dos avulsos.
Foi a última punheta de Regininha. No dia seguinte a história se espalhou e todo mundo ficou sabendo. A primeira surra foi do professor, que se sentiu traído por aquela que tanto ajudara nas notas e com dinheiro. A segunda foi do Carlão, deixado na mão na noite de formatura, e que bêbado não pegou ninguém.
Naquela noite, Regininha resolveu beber para esquecer as surras e as rolas. Tomo meio litro de uísque e saiu à rua à procura de companhia e mais bebidas. Nâo teve jeito. Foi atropelada por um ônibus e morreu meia hora depois num pronto-socorro. Foi o maior velório da cidade. E até o padre, chamado para benzer a defunta, admirou suas mãos cruzadas sobre o corpo, enroladas num rosário. Mãos de santa, pensou o padre. Mãozinhas de veludo, pensaram os demais.