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terça-feira, 26 novembro, 2024

Há 30 anos, os celulares chegavam ao Brasil

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Segundo pesquisa, o equipamento é a principal forma de os brasileiros entrarem na internet – hoje os celulares fazem de tudo, menos telefonar

O que era aquele aparelho grande colado ao ouvido e à boca das pessoas? Há 30 anos, os primeiros 700 equipamentos seriam habilitados no Brasil para uma das mais importantes novidades das telecomunicações, o telefone celular. A primeira chamada, no Rio de Janeiro, em 30 de dezembro de 1990, era só a ligação pioneira para as infinitas interconexões que essa evolução tecnológica provocaria.

O mundo nunca mais seria o mesmo. Hoje, no Brasil, tem mais celular do que gente. Os benefícios e os prejuízos do equipamento são temas de reportagens nos diferentes veículos da Empresa Brasil de Comunicação. Fazer ligação virou só um detalhe.

Os primeiros celulares eram pesados, incômodos e suas baterias duravam poucas horas. O primeiro modelo foi o Motorola, que por ser gigante e pesado, ficou conhecido como Tijorola. E não era fácil ter um celular. Em São Paulo, o monopólio era da Telesp Celular. Para conseguir uma linha, o interessado precisava se inscrever no Banespa (Banco do Estado de São Paulo, hoje Santander) e aguardar por uma carta de habilitação. Com a carta, ia à loja (da Telesp) e comprava seu Tijorola, cotado em dólar.

Para saber quem estava chamando, era preciso assinar outro serviço – o Bina. Por sinal, até hoje o inventor do Bina, um engenheiro da Telesp, nunca recebeu um centavo por sua criação. Nos Estados Unidos estaria milionário. O engenheiro brigou durante anos na Justiça para ter reconhecimento, mas nunca isso aconteceu. Tempos depois apareceram aparelhos menores, que acabaram ficando tão pequenos que havia dificuldade em manuseá-los. Voltaram ao tamanho civilizado.

A Telesp foi privatizada e acabou se tornando Vivo. E vieram outras operadoras, como a BCP. Na época, fazer ligação de um celular da Vivo para um celular da BCP custava caro. Telefonar para um fixo, nem pensar. HOje a história é bem diferente.

O equipamento é a principal forma de os brasileiros entrarem na internet. Até 2019, três em cada quatro brasileiros tinham acesso à internet e a telinha menor era a responsável pela maior parte dos acessos. Mais do que isso: para a maior parte das pessoas (59%) o acesso à rede ocorria exclusivamente pelo telefone. Além de ser uma ferramenta de informação e entretenimento, o celular traz possibilidades de inclusão, com os aplicativos.

O uso do celular, entretanto, pode se transformar em perigo no trânsito, gerar problemas de postura, alterar a qualidade do sono e criar dependência em diferentes públicos, além de, em alguns casos, ser prejudicial em ambientes escolares. O medo de ficar sem celular tem até nome: nomofobia. Até o Papa Francisco já falou sobre esse assunto. O puxão de orelha: as famílias devem guardar o celular quando estiverem fazendo refeições. Celular é importante, mas nada substitui uma boa conversa olho no olho.

Primeira ligação de celular fará 48 anos

Há quase 48 anos, em 3 de abril de 1973, o engenheiro americano Martin Cooper caminhava pela 6ª Avenida, em Nova York, segurando próximo à orelha, com dificuldade, um aparelho pesado e comprido. Cooper tinha em mãos o primeiro telefone celular a fazer uma ligação. Como não podia perder tempo, uma vez que a bateria do aparelho durava pouco, ele se apressou em contar a novidade: “Estou ligando para você de um telefone celular de verdade, portátil e que cabe na mão”, disse o engenheiro a um colega.

Ainda que não coubesse no bolso, a invenção era inovadora por não precisar de fios para funcionar e foi um marco nas telecomunicações. Até meados da década de 1990, o produto ainda era incomum e muito caro no Brasil. A consumidora Waldisia Pinho relata que, para conseguir uma linha de celular naquela época, precisou entrar em uma longa lista de espera. Após encarar a fila e habilitar o aparelho, porém, acabou trocando o celular por um carro: “Não fiquei nem uma semana com ele e recebi uma proposta de compra. No fim, troquei o aparelho por um carro usado”, relembra ela.

Com o tempo, a invenção passou a mudar a rotina de consumidores ao redor do mundo. Hoje os celulares são pequenos, leves, práticos e, para muita gente, indispensáveis. A estudante Nicole Mattiello conta como o aparelho influencia em sua rotina: “A primeira coisa que faço quando acordo é olhar o celular”, observa ela, ao descrever como a tecnologia afeta o seu dia-a-dia. “Se tem mensagens e e-mail, eu já respondo logo, sempre pesquiso o clima previsto para o dia antes de me vestir e também olho as notícias locais pelo celular. Basicamente, meu dia inteiro conta com a presença do celular para conversar, resolver problemas ou adiantar minha vida”, afirma.

Com a massificação do serviço de telefonia móvel, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) estabeleceu um conjunto de regras para proteger o consumidor. Uma das bases do Regulamento Geral de Direitos do Consumidor de Serviços de Telecomunicações (RGC), que reúne e centraliza direitos do consumidor do setor, é oferecer ferramentas para que o usuário possa se proteger.

Entre as conquistas trazidas pela regulamentação da Agência, a importância do acesso remoto de usuários às próprias informações: Por determinação do regulamento, o consumidor tem direito a um espaço no site da prestadora, onde, com login e senha, ele pode ver fatura, pedir ou cancelar serviços, verificar o extrato de consumo, conhecer seu contrato e seu perfil de consumo.

As principais regras

  • No serviço móvel pré-pago, a validade mínima dos créditos é de 30 dias. Mas a prestadora também é obrigada a oferecer créditos com validades igual ou superior a 90 e 180 dias e a oferta deve contar com valores razoáveis
  • As informações sobre o prazo de validade dos créditos devem ser repassadas pela prestadora ao consumidor antes mesmo da compra. Isso deve ocorrer, inclusive, nos pontos de recarga eletrônica
  • Quando os créditos estiverem perto de acabar ou de expirar, o consumidor deve ser comunicado pela operadora
  • A operadora deve disponibilizar opções de consulta ao saldo de créditos e seu prazo de validade, de forma gratuita, em todas as solicitações do consumidor
  • Os créditos vencidos podem ser recuperados. Quando o consumidor inserir novos créditos, a prestadora deve revalidar todos os créditos, inclusive os já vencidos, e passará a valer o maior prazo de validade. Essa regra só não é válida se o contrato entre operadora e cliente estiver rescindido
  • No caso de celulares pré-pagos, a linha só pode ser bloqueada se o celular estiver sem créditos há mais de 75 dias ou se os créditos estiverem vencidos há esse mesmo tempo. Mas o prazo só começa a contar a partir do dia em que a prestadora avisar que os créditos irão expirar ou que o celular está sem crédito ou com crédito vencido
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A Editora Urbem faz parte do Grupo Novo Dia e edita livros de diversos assuntos e também a Urbem Magazine, uma revista periódica 100% digital.
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