Local ficou mais de uma década fechado e reúne obras de arte criadas por ex-pacientes do Hospital Psiquiátrico do Juquery
O Museu Osório César, em Franco da Rocha, enfim voltou abrir suas portas. A unidade localizada no Complexo Hospitalar Juquery passou por obras de restauro e recebeu um investimento total de R$ 2,2 milhões da Secretaria da Justiça e Cidadania, por meio do Fundo de Interesses Difusos (FID).
Fundado em 1985, o Museu Osório Cesar encerrou as atividades há 14 anos, logo depois de ser atingido por um incêndio. Após o processo de restauro, a instituição reabre as portas para o público exibindo uma mostra de 270 trabalhos artísticos produzidos pelos internos do Juquery.
A reabertura do museu representa um marco na história do município de Franco da Rocha, que nasceu a partir da criação de uma colônia psiquiátrica. Na década de 1970 chegou a atender cerca de 16 mil pacientes, tornando-se a maior da América Latina.
História – A instituição, hoje Museu de Arte Osório Cesar (MAOC), tem seu projeto
arquitetônico criado pelo Escritório de Arquitetura Ramos de Azevedo e já foi residência do Dr. Francisco Franco da Rocha, fundador do Hospital Psiquiátrico do Juquery.
Além de médico anatomopatologista, Osório Cesar foi músico e crítico de arte. Casado com a pintora Tarsila do Amaral, seus estudos sobre a expressão artística dos alienados tiveram influência no circuito intelectual e artístico paulistano. Nos anos 40, Osório fundou a Escola Livre de Artes Plásticas (ELAP) do Juquery, onde os pacientes produziam diversas atividades artísticas: desenho, pintura, escultura e modelagens em argila e cerâmica.
Bienal de Berlim – Diversas obras produzidas no Hospital do Juquery fizeram parte de mostras de arte no Brasil e no mundo. Em julho deste ano, a 11ª Bienal de Berlim selecionou 15 obras feitas por pacientes para participarem da Mostra de Arte
Contemporânea 2020, na Alemanha.
A exposição, que encerrou no mês de novembro, exibiu criações dos pacientes e artistas Ubirajara Ferreira Braga, Aurora Cursino dos Santos, Maria Aparecida Dias e Masayo Seta.
