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segunda-feira, 25 novembro, 2024

Novo Inventário Florestal mostra crescimento de vegetação nativa

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O novo Inventário Florestal divulgado pela Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente aponta que o Estado de São Paulo possui 5.670.532 hectares de vegetação nativa em vários estágios de recomposição. A área equivale a 22,9% do território paulista. A elaboração do estudo contou com participação de uma empresa especializada que atuou sob responsabilidade  científica do Instituto Florestal. O documento foi viabilizado com recursos da Câmara de Compensação Ambiental e contou também com a colaboração de todos os órgãos do Sistema Ambiental Paulista.

O relatório da SOS Mata Atlântica, lançado em junho deste ano, já apontava que em 2019 houve desmatamento zero na Mata Atlântica em São Paulo. Agora, com os dados globais sobre a vegetação nativa pode-se afirmar que, ao longo da última década, os paulistas têm conseguido aumentar, de forma cautelosa, o volume de áreas naturais, com responsabilidade compartilhada entre todos os agentes sociais.

“Nós estamos sempre trabalhando para mitigar, em todas as intervenções no território, o crescimento desordenado sem preocupação com a conservação do meio ambiente. Um bom exemplo é o Programa Nascentes que, desde 2015, já restaurou 20 mil hectares, uma área equivalente a 28 mil campos de futebol, e cumpriu sua meta neste ano. O desenvolvimento de programas e práticas de agricultura sustentável também contribuiu para esse resultado, sem perder sua pujança econômica. Ainda temos muitos desafios, mas estes resultados nos mostram que estamos no caminho certo”, explica o secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente, Marcos Penido.

No último mapeamento realizado em 2010 foi registrado 17,5% do estado com vegetação nativa. O levantamento atual utilizou satélites mais modernos com alta resolução espacial, que conseguem aferir detalhes da superfície terrestre e detectou 185 mil fragmentos a mais que o mapeamento anterior, por conta da precisão de detecção.

“Esse levantamento da realidade florestal do Estado é imprescindível para guiar as políticas públicas de proteção e conservação de nossa biodiversidade, ao mesmo tempo que orienta as ações do licenciamento, da fiscalização e do uso sustentável de nossos ativos naturais pelos proprietários rurais, gestores públicos e sociedade civil”, diz o subsecretário de Meio Ambiente, Eduardo Trani.

Desde o primeiro levantamento florestal feito em 1990, o Inventário tem fornecido suporte científico fundamental para o desenvolvimento sustentável de projetos e intervenções de base florestal, feitos pelos agentes econômicos. O estudo aponta a percepção das cidades, que têm realidades muito diferentes em função dos biomas em que estão inseridas, a dinâmica de ocupação do solo pelas atividades econômicas ao longo das últimas décadas.

Dos 645 municípios paulistas, 48 encontram-se em gradientes acima de 50% do território coberto com vegetação nativa, 151 na faixa entre 20% e 50%, 97 na faixa entre 15% a 20%, 216 na faixa entre 10% e 15% e 133 estão na faixa com menos de 10% de cobertura vegetal nativa. Há grande heterogeneidade na ocupação espacial do território paulista, o que exige políticas diferenciadas para cada região.

“A Floresta Ombrófila Densa em estágio médio e avançado é a que cobre maior extensão com 2.512.662 hectares (10,1%), seguido pela Floresta Estacional Semidecidual médio e avançado 1.744.701 ha (7,0%), a Formação Pioneira com Influência Fluvial corresponde a 603.953 ha (2,4%). Já a Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas 320.353 ha (1,3%), a Floresta Ombrófila Mista 203.997 ha (0,8%). As formações de Savana Florestada, Savana Arborizada e Savana Gramíneo-Lenhosa juntas somam 239.312 ha (1,0%). O estado registra ainda Formação Pioneira com Influência Fluviomarinha 25.574 ha (0,1), 15.993 ha (0,06%) de Refúgio Ecológico e 4.987 ha (0,02%) de Floresta Estacional Decidual”, explica o diretor geral do Instituto Florestal, Luis Alberto Bucci.

“Ao longo do tempo, o projeto Inventário Florestal vem realizando os mapeamentos procurando utilizar a melhor resolução e escala espacial possível, bem como aprimorando a sua legenda de vegetação nativa. Se por um lado, isso dificulta a comparação com os períodos anteriores, por outro tem trazido o retrato mais fiel da quantificação e distribuição da vegetação nativa no território paulista, conferindo maior garantia à tomada de decisões baseadas nesses dados”, explica o coordenador do Inventário, Marco Aurélio Nalon, pesquisador científico do Instituto Florestal.

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