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sexta-feira, 22 novembro, 2024

Acredite. Vida moderna está mudando nossos esqueletos

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Em 1939, nasceu na Holanda uma cabra sem uma das patas dianteiras. Desafortunada, a outra pata dianteira estava deformada. Andar como? Aos três meses, a cabra foi adotada por um instituto veterinário e foi morar num espaço de grama. E não é que a cabra se virou? Passou a saltar, parecendo alguma coisa entre um canguru e um coelho. Quando tinha um ano, a cabra morreu, e os pesquisadores do instituto resolveram investigar seu esqueleto.

Ao contrário do que se afirmava até então – que cada osso tinha um desenvolvimento previsível – o exame da cabra mostrou exatamente o contrário. Os pesquisadores descobrirar que seus ossos estavam se adaptando à situação – os do quadril e das patas traseiras estavam mais fortes e grossos, tinham mudado de ângulo e isso permitia à cabra uma postura mais ereta. Resumindo: os ossos da cabra estavam se aparecendo com os de animais que saltam, como os cangurus.

Hoje a ciência sabe que os esqueletos humanos também são maleáveis e suscetíveis de adaptações. O consenso é que o esqueleto humano se desenvolve conforme as instruções do DNA do indivíduo, mas se transforma para se adaptar às pressões que o indivíduo enfrenta em sua vida. Essa constatação levou a uma disciplina conhecida como osteobiografia – literalmente, biografia dos ossos – que permite analisar um esqueleto para descobrir como o dono vivia. E se baseia no fato de que certas atividades, como andar sobre duas pernas, deixam uma marca, como ossos do quadril mais resistentes.

Vai daí que outros estudos estão mostrando que a vida moderna está mexendo com os ossos humanos. Um exemplo de osteobiografia é o mistério dos homens fortes de Guam e das Ilhas Marianas. Tudo começou com a descoberta de um esqueleto masculino na ilha de Tinian, a 2.560 km a leste das Filipinas, no Oceano Pacífico, em 1924. Os restos mortais, datados do século 17 ou 18, eram gigantescos. E sugeriam que se tratava de um homem extraordinariamente forte e alto.

A descoberta alimentava as lendas locais sobre antigos governantes de proporções enormes, capazes de feitos heroicos. Não foi à toa que os arqueólogos chamaram o esqueleto de Taotao Tagga – homem de Tagga – em referência ao conhecido líder mitológico da ilha, Taga, que era conhecido por sua força sobre-humana. À medida que outras sepulturas foram descobertas, ficou claro que o homem de Tagga não era uma exceção. Tinian e as ilhas vizinhas haviam abrigado uma população de homens extraordinariamente fortes. E de onde vinha tanta força?

As construções naquela região eram basicamente de pedra. A amior casa tinha pilares de cinco metros de altura – e cada pilar pesava 13 toneladas, o equivalente a dois elefantes africanos. Dos grandes. A conclusão dos cientistas é que esses humanos se desenvolveram justamente para dar conta do trabalho que tinham pela frente.

Há cientistas observando que a mandíbula de humanos, em algumas regiões, diminuiu de tamanho, e que em outras, o crânio está ficando maior. Na contramão, na Alemanha já descobriu, com estudos comparativos, que os esqueletos das crianças estão cada vez mais frágeis. Em outras parte do mundo, que o cotovelo humano está encolhendo. Então, quando alguém vê um esqueleto exposto, todo perfeito, é bom desconfiar – é raridade. E quem não quser ser estudado pelos cientistas do futuro, melhor optar pela cremação.

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