A Secretaria de Saúde de Cabreúva abriu processo administrativo para apurar duas mortes suspeitas de febre maculosa. Segundo parentes das vítimas, os médicos da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jacaré deram alta para os dois pacientes sem suspeitar da doença. As duas vítimas morreram uma semana depois no Hospital Regional em Jundiaí.
Wuenderson Pereira dos Santos guardou as receitas médicas das sete vezes em que a irmã foi atendida na UPA. Desde o começo de março, as dores da Elizabeth Pereira dos Santos, de 37 anos, foram tratadas como enxaqueca e infecção urinária. A família ainda aguarda o resultado do exame de febre maculosa.
A suspeita da doença só apareceu depois que o colega de trabalho de Juliano Oliveira de Souza, de 28 anos, teve sintomas parecidos. A esposa e a sogra delem repararam na piora do quadro de saúde.
Os dois frequentavam um lago no bairro Vilarejo, que é usado pela Sabesp para captação de água. No ambiente natural vivem capivaras, principais hospedeiras do carrapato-estrela, transmissor da febre maculosa.
O local tem uma placa proibindo a entrada de pessoas, mas segundo os moradores, só foi colocada depois das mortes. As duas vítimas foram encaminhadas para o Hospital Regional de Jundiaí quando já estavam em estado grave.
Juliano morreu na sexta-feira (17) e a Elizabeth no dia seguinte, sábado (18). Os exames estão no Instituto Adolfo Lutz e não há prazo para a Secretaria de Saúde receber os resultados.