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terça-feira, 30 abril, 2024

A cultura da lombada

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Não há estatísticas disponíveis, mas calcula-se que a cada dia seja colocada pelo menos uma nova lombada em Jundiaí. Parece ser ela a solução para grande parte dos problemas de trânsito. Antes somente motoristas se queixavam. Agora, moradores de casas próximas a lombadas mais antigas também.
Instalar lombada não é tão difícil quanto parece. O morador que entende que sua rua precisa de lombada (nessa hora todos são engenheiros especializados em trânsito) procura um vereador. O vereador já lhe dá um formulário, que precisa ser assinado pelos vizinhos, concordando com a instalação da lombada. Assim que o formulário é devolvido ao vereador, basta um ofício para a Unidade de Transportes. Pronto, nasceu mais um calombo na rua.
E lombadas não resolvem nada. Ao contrário, aumentam os problemas. Há casos em que a lombada provocou rachaduras em casas próximas devido ao trânsito pesado. Há lombadas mal colocadas, que tornam o tráfego mais lento e perigoso. Há lombadas sem pintura, que se tornam verdadeiras armadilhas para motoristas. Há lombadas com buracos. E há lombadas totalmente fora do padrão determinado pelo Código de Trânsito Brasileiro, em vigor há 20 anos.
É a cultura da punição. Motorista, nessa cultura, é culpado de tudo. Ou quase tudo. Basta ver o que determina o Código de Trânsito. Não é um código – é uma coletânea de ameaças de multas e suspensão da Carteira de Habilitação.
E aí há duas situações. Uma que é preciso punir com rigor certos tipos de infrações. Usar celular ao volante é uma delas. Dirigir com habilitação vencida ou sem habilitação é outra. Excessos de velocidade, rachas, abusos precisam ser punidos exemplarmente. E a outra situação: nada é feito para educar motoristas e pedestres.
Sim, pedestres, ciclistas e motociclistas precisam ser melhor educados. Precisam aprender que se atravessa a rua na faixa de pedestres – e se houver semáforo, só quando estiver verde para eles. Ciclista precisa entender que calçada não é lugar de bicicleta. Motociclista precisa aprender que não existe corredor de moto, que escapamento aberto é passível de multa e apreensão da moto.
 
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Motorista também precisa ser melhor educado. Saber que placas de sinalização não são efeites de postes. Precisa respeitar limites de velocidade. Entender que onde é proibido estacionar não é para estacionar – não há exceções para só um minutinho. Não pode? Não pode e está encerrado o assunto.
Motoristas de ônibus precisam também mostrar que são profissionais de verdade. Não podem usar o tamanho do que dirigem para pressionar motoristas de carros menores. Precisam saber que passageiro não é carga, é passageiro.
Se não educar essa gente, logo teremos mais acidentes, mais atropelamentos, mais problemas. Essa educação pode começar pelas lombadas – algumas, verdadeiras muralhas.

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