O trabalhador é atraído com promessas de prosperidade e quando entra na fazenda percebe que caiu em uma cilada, ao trabalhar e não receber salário. Vive em condições precárias e com dívida permanente com o patrão. Essa prática está migrando para as grandes cidades e o trabalhador aos poucos vai perdendo a capacidade de dizer não.
A propagação da ideia de que a representação sindical não serve pra nada é uma das armas utilizadas pelos empregadores irresponsáveis, com viés escravagista que tenham a sua disposição mão de obra farta, especializada, barata e sem direitos ou até mesmo a capacidade de resistir ao autoritarismo das novas leis.
Isso contaminou a classe trabalhadora a qual não resistiu às maldades de Michel Temer e com a mídia fazendo o papel sujo de alienar o cidadão, comparando o trabalhador do Brasil com o de países ricos.
Com a mentira de modernizar as relações de trabalho faz o empregado aceitar todo tipo de função para sobreviver. O que chamam de novo é a volta da escravidão, porém, travestida de liberdade. A precarização é tão avassaladora que o empregado na sua maioria se sente sempre em dívida com o patrão e muitos percebem que perdeu o valor e é uma mercadoria descartável: o patrão usa e joga fora.
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O distanciamento com a base sindical vai permitir que os patrões descartem os trabalhadores cada vez mais jovens, para evitar vínculos e aumentar suas margens de lucros. Em uma sociedade fraca, pobre, violenta e sem expectativas positivas para jovens e idosos, o futuro está desenhado, ou seja, somos um povo sem futuro próspero.
Condenar o sindicato e idolatrar quem usa de palavras de ordem para enganar e retirar a resistência de uma classe é um suicídio, principalmente em um país democrático.
Pense antes de seguir o modismo, tem alguém se beneficiando e não é a classe trabalhadora. Ainda dá tempo de evitar esse desastre, se não resistir, a informalidade será inevitável.
por Reinaldo Rabelo
Presidente do Sintracargas – Jundiaí e Região