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segunda-feira, 25 novembro, 2024

Prédio da antiga Tecelagem Japy poderá ser restaurado

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Fala-se em restauração dos galpões onde durante décadas abrigaram a Tecelagem Japy na rua Lacerda Franco, na Vila Arens. Fala-se de um acordo com os proprietários da área. O que há de fato é um Termo de Compromisso, onde os donos do terreno se obrigam a restaurar o que restou da antiga tecelagem. E vai começar com a limpeza e retirado de entulho. Na Imprensa Oficial, consta até o prazo de 90 dias para entrega do cronograma das obras.
O responsável pela Unidade de Planejamento e Meio Ambiente, engenheiro Sinésio Scarabello, confirma o acordo, feito em colaboração com o Ministério Público. Antes disso, a PDG quria construir torres com apartamentos, mas desistiu.
Seriam duas etapas. A primeira engloba o fechamento do prédio, o conserto do telhado e outras coisas menores para conter a deterioração. A segunda, uma possível utilização da área. É onde se encaixa a restauração do prédio. E tudo isso precisará ser aprovado pelo Compac.
O prédio é histórico de fato e de direito. A tecelagem foi fundada pelo então senador Antônio Lacerda Franco. Começou a funcionar em 1912, mas sua data oficial de fundação é 18 de novembro de 1914. O lugar foi escolhido por estar próximo à ferrovia. Começou produzindo coisas rústicas, como sacos de estopa, mas tornou-se uma das fábricas mais importantes da cidade.
 
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Lacerda Franco morreu em 1936. Doze aos depois outro acionista, João José Abdalla, assumiu o controle da fábrica, que por sua característica, empregava muitas mulheres. Em pouco tempo Abdalla ficou conhecido nacionalmente como o Mau Patrão – atrasava ou não pagava salários, não recolhia impostos e dava calote em fornecedores.
Fechada, a fábrica foi leiloada. Nos anos 80, o prédio abrigou a rede de supermercados Disco. Depois foi substituída por outra rede, a Paes Mendonça, até 1995. Em seguida foi comprada por dois grupos jundiaienses – Irmãos Russi e Nivoloni, que em 2003 a venderam para a NR Empreendimentos. Quatro anos depois a fábrica começou a ser demolida. E lá se foi para o chão toda a arquitetura trazida da Inglaterra.
A situação atual é mais ou menos a seguinte: 60% da tecelagem já foi demolida. Sobraram alguns galpões, uma parte que seria o escritório, e a chaminé. Numa época em que se lamenta a destruição do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, uma restauração seria bem vinda. Muito bem vinda.

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