Em junho de 2007, a Justiça deu ganho de causa a Donald Dudr, que havia trabalhado durante bom tempo na empresa Estruturas Metálicas Zomignani, que acabou fechada. O valor, na época, era de pouco mais de R$ 45 mil.
A advogada Rosemary Gouvêa conquistou a confiança de Donald, e passou a representá-lo nos autos. Em 2015, houve venda de um bem da massa falida, o que tornou possível um plano de pagamento aos credores. Em valores corrigidos, que chegaram a R$ 76.596,30.
Como as desculpas da advogada não convenciam, a família foi atrás da história. E descobriu que o dinheiro de Donald, depositado numa conta judicial no Banco do Brasil, havia sido transferido para o Santaner, numa conta particular de Rosemary Gouvêa, no dia 16 de novembro de 2015.
Donald precisava desesperadamente do dinheiro, após descobrir-se com câncer. Em dezembro de 2017 o delegado Josias Guimarães instaurou inquérito contra Rosemary, mandando-se que o fato fosse comunicado à OAB-Jundiaí.
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Nesse tempo, também uma parte do processo desapareceu. Justamente a que continha os cálculos e o levantamento que seria recebido por Donald Dudr. Curiosamente, a última pessoa que manuseou o processo no Fórum foi a advogada Rosemary Gouvêa. Nesse mesmo ano a família Dudr passou a ser representada e orientada pelo advogado Leandro Ienne.
Intimada, Rosemary prestou depoimento à Polícia. Admitiu que ficou com o dinheiro, e justificou dizendo estar sendo pressionada por agiotas. Não é bem assim – ela teria usado o dinheiro para campanha política. Rosemary foi candidata a vereadora em 2016 pelo PT.
O processo está na 1ª Vara Criminal de Jundiaí. Donald morreu no fim de semana. E Rose declarou à Justiça Eleitoral, em 2016, que não possuía bens. Ou talvez agora tenha, comprados com os R$ 76 mil que pertenciam a Donald.