Uma curiosidade do mundo animal acontece quando a tarântula se acasala: a fêmea, ao receber o esperma, mata o macho. E o macho sabe disso, já faz parte de sua natureza morrer ali, pois ele existe exclusivamente para isso. Independente disso poder virar uma maravilhosa piada para os grupos feministas mais radicais, podemos também refletir sobre o comportamento humano e o tema “maturidade”.
Maduro é aquele que consegue pensar no futuro. Que antevê algumas situações e se prepara para elas. Imaturo é o que pensa exclusivamente em seu bem estar imediato. Podemos comparar com a fábula da formiga e da cigarra que todos conhecem. A criança é chamada de imatura porque ela não enxerga consequências e também não planeja futuro. Conforme uma criança vai crescendo, ela passa a enxergar as consequências para um tempinho mais na frente, às vezes a semana que vem, as férias ou o próximo ano na escola. Nós adultos costumamos pensar a mais longo prazo e nas consequências das nossas ações que são feitas agora.
Eu disse “nós”… mas nem todos nós! Quando se fala em comportamento profissional e empresarial, há muita gente com 50 anos de idade que não consegue ver o futuro. Alegoricamente, é como se ainda cometesse a mesma inocência de pegar o guaraná da geladeira e descer correndo as escadas para abri-lo sem nem imaginar que ao fazer isso o líquido todo irá espirrar pra fora. Isso se assemelha a pessoas que apenas pensam em explorar o ambiente em que vivem e não enxergam que os recursos que estão sendo desperdiçados hoje farão falta amanhã. Elas não enxergam amanhã.
Assim como o “tarântula macho” vai pro sexo instintivamente e movido por um prazer imediato, para morrer logo em seguida, algumas pessoas agem de forma “inconsequente” pensando exclusivamente em seu prazer imediato, não tendo absolutamente nenhuma preocupação como que acontecerá depois. Em proporções maiores, um povo também é considerado imaturo quando toma atitudes que imaginam ser benéficas para seu presente sem pensar que o futuro pode ficar muito comprometido com aquilo.
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Momentos como este em que estamos vivendo, onde temos em nosso presidente uma liderança fraca e incapaz de unir o povo, é natural que as pessoas tomem rumos instintivos, assim como o “tarântula”. Uma greve que se inicia com caminhoneiros com um determinado objetivo deu espaço para uma grande quantidade de aventureiros, inclusive muitos que não tem absolutamente nenhuma causa a defender, a não ser a de ver o circo pegar fogo. O problema é que quando esse comportamento entra em cena, perde-se o senso de certo e errado e a única coisa que se quer naquele momento é um direito à mais pra si, sem se preocupar absolutamente nenhum pouco em perguntar quem irá pagar esta conta.
Qualquer diminuição de imposto ou de obrigações que uma categoria consiga hoje, certamente terá que ser compensado em algum lugar. Ou irá onerar outra categoria ou o país terá que cortar gastos (normalmente de programas sociais). E a terceira hipótese é pedir dinheiro emprestado no exterior (o tal FMI). Qualquer uma delas é prejuízo para o próprio povo. Afinal não adianta achar que o “governo vai pagar alguma coisa”, pois o governo não é a figura física do presidente ou do ministro, mas sim a União, da qual todos somos mantenedores.
Em resumo, toda a produção que não acontece nestes dias de greve, tudo o que está sendo jogado fora, tudo o que não será entregue no prazo e o que não se vendeu em função do baixo movimento no comércio, no final das contas fará falta no PIB e gerará mais desemprego ainda, além da inflação que certamente voltará a crescer. Mas isso não é importante… importante para a maioria é que “sairemos deste movimento como vencedores” e o Governo terá que ceder. E o que pode acontecer depois não importa… nosso povo tão maduro não está pensando nisso.