De novo, o comércio está sem troco. Faltam notas e moedas e a solução nem sempre é a ideal – tem gente comprando chiclete de R$ 1,40 e pagando com cartão de crédito; tem gente brigando, e tem comerciante arredondando preços para evitar as brigas. A falta de troco é consequência do cofrinho em casa, nem sempre esvaziado.
Com 28 anos no comércio, Valdemir Pinardi está acostumado ao problema, que não é novo. Mais de uma vez ficou sem troco e foi obrigado a aceitar cartão de crédito para pagar miudeza. Hoje conta com colaboração de outros comerciantes.
“Para conseguir moedas no banco é preciso avisar antes, e isso tem dia e hora marcados, explica ele. O jeito é pedir para comerciantes amigos, que recebem notas menores e moedas, para não ficar sem troco”.
Faltam, pela ordem, moedas de R$ 1, R$ 0,50 e R$ 0,25. Notas de R$ 2 também desaparecem às vezes, mas as de R$ 5 tornaram-se raras. A mesma opinião tem o comerciante Ailton Carlos Ferreira dos Santos, sócio de restaurante.
“Vez ou outra aparece alguém com cofrinho, e isso ajuda, diz ele. Mas faltam notas miúdas (R$ 2 e R$ 5) e principalmente moedas de R$ 1, R$ 0,50 e R$ 0,25”. Ailton diz também que nem sempre os bancos têm moedas – alguns, ao contrário, pedem que tragam moedas.
“A ajuda vem do lado, onde existe uma horta e o dono troca as moedas recebidas comigo”, diz ele. A falta de troco está levando alguns estabelecimentos a premiar fregueses que levam moedas. Um deles, no Centro de Jundiaí, oferece café e salgado para quem levar R$ 100 em moedas.
A falta de moedas tem explicação. Segundo estudo dos bancos, brasileiros retiram 7,4 bilhões de moedas de circulação para guardar em cofrinhos. O cálculo é de 123 moedas por habitante. E, problema maior, o Banco Central gasta muito dinheiro para fabricar moedas – normalmente elas custam mais do que valem.