A Black Friday, um dos eventos mais aguardados do comércio, movimenta bilhões e oferece uma infinidade de ofertas para os consumidores. No entanto, a data também acende o alerta para a prática de fraudes e a venda de produtos falsificados, que impactam não só a economia formal, mas também a segurança dos consumidores.
Segundo dados do Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade, o Brasil perdeu mais de R$ 441 bilhões no ano passado devido a atividades ilícitas. Setores como vestuário, bebidas alcoólicas e combustíveis foram os mais afetados, com prejuízos significativos e uma evasão fiscal estimada em 46% para o país.
A advogada Bianca Lobo, coordenadora do Núcleo de Contencioso Cível da Nelson Wilians Advogados, recomenda um cuidado maior com produtos falsificados, pensando também na saúde de quem irá utilizar. “Redobre a atenção ao comprar itens como eletrônicos, cosméticos, brinquedos e produtos relacionados à saúde. Opte por fornecedores reconhecidos, pois produtos falsificados podem apresentar sérios riscos à saúde e segurança, como substâncias tóxicas ou mau funcionamento de componentes, o que é especialmente perigoso em produtos destinados a crianças, idosos e animais de estimação”, diz a especialista.
Além disso, Bianca ressalta que é muito importante ter cautela na hora das compras online para evitar golpes de criminosos. “Além de observar comentários de outros compradores e consultar sites de reclamação, é fundamental que o consumidor busque pelas páginas oficiais das marcas ou de seus distribuidores, seja nos websites, redes sociais ou marketplaces. Com certeza, com os devidos cuidados a compra se torna mais segura, evitando possíveis fraudes”, afirma.
A advogada diz que a proteção deve ser contínua, mas ganha importância extra em períodos de grande movimentação no comércio, como a Black Friday. “As marcas devem implementar estratégias de combate ao uso indevido online durante todo o ano, especialmente em datas de alta demanda. Isso inclui o uso de suporte jurídico e tecnologias de monitoramento para identificar e remover ameaças, garantindo uma experiência de compra mais segura para consumidores e vendedores”, completa.
A especialista recomenda algumas dicas para os consumidores se atentarem aos golpes nessa data:
Segurança: Mantenha o sistema operacional e aplicativos do dispositivo atualizados para proteção contra vulnerabilidades. Use senhas complexas e únicas para cada site e considere ativar a autenticação de dois fatores sempre que disponível. Uma VPN pode ser útil para garantir uma camada extra de segurança, especialmente em redes Wi-Fi públicas.
Desconfie sempre: Grandes descontos podem ser atrativos, mas evite ofertas que pareçam fora do comum, como produtos muito abaixo do valor de mercado. Em caso de dúvida, compare os preços com outros sites para identificar possíveis golpes e falsificações.
Autenticidade: Priorize a navegação em sites oficiais das marcas ou de revendedores autorizados. Prefira digitar diretamente o endereço da loja no navegador, evitando clicar em links suspeitos enviados por e-mail, redes sociais ou mensagens de texto, que podem redirecionar para sites fraudulentos.
Proteção de dados: Ao inserir seus dados, verifique se o site utiliza protocolos de segurança (como “https” na URL e o cadeado ao lado do endereço). Limite as informações pessoais fornecidas, evitando sites que solicitam dados incomuns para a compra, e prefira métodos de pagamento seguros, como cartões virtuais ou plataformas intermediárias.
Comentários e avaliações: Antes de finalizar a compra, observe as avaliações e comentários recentes de outros consumidores. Dê preferência a sites que permitam avaliações detalhadas, pois elas ajudam a identificar rapidamente reclamações recorrentes ou possíveis problemas com o produto ou vendedor. Sites como Reclame Aqui também podem dar um panorama da reputação do fornecedor.