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terça-feira, 5 novembro, 2024

Vacina injetável passa a substituir dose oral contra a poliomielite

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A partir desta segunda-feira (4), o Ministério da Saúde substituirá as duas doses de reforço da vacina oral contra a poliomielite, popularmente conhecida como ‘gotinha’, por uma dose injetável de vacina inativada (VIP). A atualização no esquema vacinal contra a poliomielite foi divulgada pela pasta em setembro.

A decisão, segundo o Ministério da Saúde, levou em conta critérios epidemiológicos, estudos que comprovam a eficácia da vacina e recomendações de organismos internacionais para aumentar a segurança do programa de imunização.

Antes da mudança, o esquema de imunização contra a poliomielite incluía três doses da vacina injetável VIP aos 2, 4 e 6 meses, e dois reforços com a vacina oral VOP, aos 15 meses e aos 4 anos. Com a descontinuação da ‘gotinha’, o novo esquema exigirá apenas um reforço da VIP aos 15 meses, passando a ser o seguinte:

  • 2 meses – 1ª dose
  • 4 meses – 2ª dose
  • 6 meses – 3ª dose
  • 15 meses – dose de reforço

Mudança e benefícios

A vacina oral (VOP), popularmente chamada de ‘gotinha’, é produzida com o vírus enfraquecido e administrada via oral. Já a vacina injetável (VIP) utiliza o vírus inativado, sendo aplicada por via intramuscular.

“O uso da vacina oral, que contém o vírus vivo, traz algumas limitações, especialmente para crianças com imunidade comprometida, que podem enfrentar problemas ao receber esse tipo de vacina. Ao substituir a vacina oral por uma versão injetável, que utiliza o vírus inativado, buscamos reduzir esses riscos”, explica Alfredo Gilio, coordenador da Clínica de Imunização do Hospital Israelita Albert Einstein.

    Segundo o especialista, a mudança beneficia pessoas com sistema imunológico comprometido e reduz a chance de contaminação por uma ‘variante vacinal’ do vírus. “Quando usamos a vacina oral, o vírus vivo é excretado pelas fezes. Em um país como o Brasil, com baixa cobertura de saneamento, há o risco de esse vírus se espalhar na comunidade”, acrescenta. “Esse vírus no meio ambiente pode sofrer mutações, dando origem a um poliovírus derivado vacinal, que possui potencial patogênico. Em outros países, já houve registros desse fenômeno, mas, no Brasil, trata-se de um risco teórico”, afirma Gilio.

    Zé Gotinha

    Criado nos anos 1980, o personagem Zé Gotinha tornou-se um símbolo da campanha contra a poliomielite e ocupa um lugar especial na memória dos brasileiros. Mesmo com a descontinuação da vacina oral, o Ministério da Saúde afirma que o personagem continuará ativo.

      ‘O Zé Gotinha também é um defensor da prevenção de outras doenças imunopreveníveis, como o sarampo. Ele segue promovendo a imunização’, destacou a pasta em comunicado divulgado em setembro.

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