Cientistas identificaram um anticorpo chamado SC27, capaz de neutralizar todas as variantes do Sars-CoV-2, o vírus causador da Covid-19. O anticorpo foi isolado de um único paciente por uma equipe internacional de pesquisadores, liderada pela Universidade do Texas, em Austin. A descoberta, que pode representar um avanço significativo no combate à pandemia, foi publicada na revista científica Cell Reports Medicine em agosto.
A equipe isolou o anticorpo SC27 como parte de um estudo sobre imunidade híbrida, que investiga a combinação de infecção e vacinação contra a Covid-19. Utilizando tecnologia desenvolvida ao longo de anos de pesquisa sobre anticorpos, os cientistas conseguiram determinar a sequência molecular exata do anticorpo. Isso abre a possibilidade de produzí-lo em larga escala para futuros tratamentos.
Jason Lavinder, professor assistente de pesquisa no Departamento de Engenharia Química McKetta da Escola de Engenharia Cockrell e um dos líderes do estudo, afirmou em comunicado à imprensa: “A descoberta do SC27 e de outros anticorpos semelhantes no futuro nos ajudará a proteger melhor a população contra as variantes atuais e futuras da Covid.”
Desde a identificação do vírus da Covid-19, ele tem evoluído rapidamente, tornando-se resistente às vacinas e tratamentos existentes. O objetivo da pesquisa atual é desenvolver uma vacina universal que possa gerar anticorpos e uma resposta imune eficaz contra o vírus e suas mutações.
O anticorpo SC27 foi capaz de reconhecer as diferentes características das proteínas spike nas variantes do Sars-CoV-2. Os pesquisadores da Universidade do Texas, que decodificaram pela primeira vez a estrutura da proteína spike original, avaliaram a eficácia do SC27 na neutralização das variantes do vírus.
Para isolar o anticorpo, foi utilizada uma tecnologia chamada Ig-Seq, que combina sequenciamento de DNA de célula única e proteômica para fornecer uma visão detalhada da resposta dos anticorpos à infecção e à vacinação.
Além da descoberta do SC27, a pesquisa destacou que a imunidade híbrida — a combinação de infecção e vacinação — oferece uma proteção mais robusta contra exposições futuras em comparação com infecção ou vacinação isoladamente.