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sexta-feira, 22 novembro, 2024

Crise humanitária: Mais de 200 imigrantes permanecem retidos no aeroporto de Guarulhos

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Até esta quinta-feira (13), 234 imigrantes continuam retidos na área de acesso restrito do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos (SP), conforme informações da Polícia Federal (PF). No início desta semana, o número de pessoas no local chegou a quase 400.

A maioria são homens — apenas 18 são mulheres. Esses indivíduos, oriundos principalmente do Sudeste Asiático e do continente africano, manifestaram a intenção de solicitar refúgio no Brasil.

Os migrantes permanecem na área de imigração do terminal, aguardando que as autoridades tomem as providências necessárias para formalizar seus pedidos de refúgio.

A situação no aeroporto se agravou recentemente devido ao aumento do fluxo de imigrantes e a falhas técnicas no Sistema Nacional de Processamento de Pedidos de Refúgio (Sisconare), administrado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). Segundo Murillo Martins, defensor público federal em Guarulhos, em entrevista à CNN, esses problemas têm dificultado a concessão de refúgio.

Com a demanda crescente — em um único voo, chegaram cerca de 50 pessoas — e a instabilidade no sistema, os pedidos de refúgio têm sido processados com lentidão. O Ministério informa que está trabalhando para resolver os problemas, que surgiram em decorrência de atualizações e melhorias em outros sistemas eletrônicos.

Nas imagens obtidas pela reportagem, é possível observar a dura realidade enfrentada pelos imigrantes retidos no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Pessoas dormem em bancos e no chão, improvisando lugares de repouso com o que têm à disposição. Assentos de espera e correntes de segurança foram transformados em varais para secar roupas, evidenciando a precariedade das condições em que se encontram enquanto aguardam a resolução de suas situações.

Em resposta à crise dos imigrantes retidos no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, a GRU Airport, concessionária responsável pela gestão do aeroporto, declarou em nota que está colaborando ativamente com as autoridades competentes para solucionar a situação.

Nesta quinta-feira (13), uma reunião emergencial foi realizada envolvendo diversas entidades: o Ministério Público Federal (MPF), o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), a Polícia Federal (PF), a Agência da ONU para Refugiados (Acnur), representantes da GRU Airport e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O encontro teve como objetivo discutir e implementar medidas para resolver a situação dos 234 imigrantes que permanecem retidos no aeroporto e buscar soluções para o processamento de seus pedidos de refúgio.

Paralelamente, a Agência da ONU para Refugiados (Acnur) divulgou um relatório alarmante na mesma quinta-feira (13). O documento revelou que o número de pessoas deslocadas à força em todo o mundo atingiu um recorde de 117,3 milhões no final do ano passado. A Acnur alertou que esse número pode continuar a crescer se não forem implementadas mudanças políticas significativas a nível global.

Afegãos

Em dezembro do ano passado, o Ministério Público Federal (MPF) solicitou à Justiça a liberação imediata de R$ 10 milhões da União para a prefeitura de Guarulhos. O objetivo é financiar medidas de acolhimento para os cerca de 200 afegãos que estavam acampados no Aeroporto Internacional de São Paulo.

O procurador da República Guilherme Rocha Göpfert, responsável pela ação, destacou a gravidade da situação enfrentada pelos imigrantes. Segundo Göpfert, esses indivíduos desembarcaram no Brasil sem qualquer suporte estatal, ficando acampados no aeroporto por semanas em condições extremamente precárias.

Ele descreveu um cenário alarmante: falta de condições adequadas de higiene, acesso limitado a banhos diários, muitos imigrantes sofrendo de fome e sede, alguns doentes sem tratamento médico, e todos enfrentando grandes dificuldades de comunicação. Göpfert também alertou sobre os riscos das abordagens que os imigrantes recebem, algumas potencialmente perigosas, exacerbando ainda mais sua vulnerabilidade.

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