Pelo menos 45 pessoas perderam suas vidas em um ataque aéreo israelense em um acampamento na cidade de Rafah, em Gaza, conforme relatado por médicos. Líderes europeus expressaram sua condenação na segunda-feira (27), instando à implementação de uma decisão da Corte Mundial para deter a ofensiva israelense.
Após o ataque de domingo (26) que resultou no incêndio de tendas e abrigos precários, famílias palestinas se apressaram para os hospitais para organizar os enterros de seus entes queridos. Mulheres choravam e homens se reuniam em orações ao lado dos corpos, em meio a um cenário de profunda comoção.
“Bassam, um residente de Rafah, expressou através de um aplicativo de mensagens: ‘O mundo inteiro está testemunhando Rafah sendo queimada por Israel e ninguém está fazendo nada para impedir isso’, referindo-se ao ataque em uma área do oeste de Rafah que havia sido designada como zona segura.
Apesar do clamor global devido ao número de civis mortos, os tanques israelenses continuaram bombardeando as áreas leste e central da cidade nesta segunda-feira, resultando na morte de oito pessoas, de acordo com autoridades de saúde locais”.
Um ataque aéreo de Israel no domingo, baseado em “inteligência precisa”, resultou na eliminação do chefe de gabinete do grupo Hamas para a Cisjordânia, além de outro oficial responsável por ataques a israelenses, afirmaram as Forças Armadas de Israel.
O governo israelense havia relatado que oito foguetes foram interceptados após serem disparados de Rafah no mesmo dia. Um ministro destacou essa ocorrência como justificativa para a continuação das operações contra o Hamas.
O ataque ocorreu no bairro de Tel Al-Sultan, onde milhares de pessoas buscaram abrigo após o início de uma ofensiva terrestre israelense no leste de Rafah há mais de duas semanas.
As autoridades de saúde relataram que muitas das vítimas eram mulheres e crianças, e alertaram que o número de óbitos poderia aumentar, pois alguns estavam em estado crítico com graves queimaduras.
Israel prosseguiu com os ataques a Rafah, mesmo após uma decisão do principal tribunal da ONU na sexta-feira, ordenando a interrupção das operações. A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, e o chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell, afirmaram que a decisão da corte deve ser respeitada, enfatizando a aplicação da lei humanitária internacional.
O presidente francês, Emmanuel Macron, expressou indignação com o ataque, declarando que tais operações devem cessar, pois não há áreas seguras para os civis palestinos em Rafah. A UNRWA, agência da ONU para refugiados palestinos, descreveu a situação como horrível, destacando que Gaza se tornou um inferno na terra.
Autoridades de saúde palestinas relataram que cerca de 36.000 palestinos foram mortos até o momento na ofensiva israelense, lançada após ataques militantes liderados pelo Hamas em comunidades do sul de Israel em 7 de outubro, resultando em aproximadamente 1.200 mortes e mais de 250 reféns, segundo registros israelenses.
O Egito e a Arábia Saudita condenaram veementemente o ataque israelense, descrevendo-o como uma violação flagrante do direito internacional. O Catar expressou preocupação de que o ataque em Rafah pudesse prejudicar os esforços para mediar um cessar-fogo e a troca de reféns.
Fonte: CNN