A Operação Fim da Linha, realizada pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), visando duas empresas de ônibus responsáveis por linhas do transporte municipal de São Paulo, resultou na execução de quatro mandados de prisão preventiva e 52 de busca e apreensão na capital paulista, assim como em outras cidades da região metropolitana e do interior.
Dentre os detidos estão Luiz Carlos Efigênio Pacheco, conhecido como “Pandora”, proprietário da Transwolff (TW), e Robson Flares Lopes Pontes, dirigente da empresa.
Conforme a investigação conduzida pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), as companhias Upbus e TW, responsáveis por transportar mais de 700 mil passageiros diariamente na capital paulista, possuem vínculos com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e são utilizadas para a lavagem de dinheiro proveniente de diversos crimes, incluindo tráfico de drogas e roubos.
No último ano, ambas as empresas teriam recebido mais de R$ 800 milhões em recursos públicos. A TW, com uma frota de mais de 1.200 veículos, opera 90 linhas de transporte no extremo sul de São Paulo, enquanto a UpBus atua em 13 linhas na região da zona leste da capital.
A promotoria declarou não haver indícios de envolvimento de servidores públicos no esquema.
O Ministério Público de São Paulo tem como alvo da investigação 29 pessoas. A Justiça já determinou o bloqueio de mais de R$ 600 milhões em patrimônio das empresas para garantir o pagamento de multa, a título de dano moral coletivo.
Durante a operação, foram apreendidos dois fuzis, uma submetralhadora, duas pistolas, um revólver, além de relógios e valores em dinheiro vivo.
A ação, que teve início nesta manhã, conta com o apoio da Receita Federal, do CADE e da Polícia Militar, mobilizando mais de 400 agentes dessas entidades.
A reportagem entrou em contato e aguarda um posicionamento da SPTrans, da Prefeitura de São Paulo e das empresas de transporte citadas pelo Ministério Público.