Nesta terça-feira, 12, a Polícia Federal deflagrou a Operação ‘Latus Actio’ com o objetivo de investigar uma rede de lavagem de dinheiro que envolve empresas do ramo de entretenimento e autopeças em São Paulo. De acordo com as autoridades, a quadrilha realizava a ocultação de bens, inclusive de criminosos com extensa ficha por crimes como tráfico de drogas, crimes contra o patrimônio e organização criminosa.
Durante as diligências, a PF apreendeu um total de R$ 642.342,00 em dinheiro vivo, 47 veículos de luxo e quatro jet skis. Além disso, foram confiscados 20 relógios de luxo, incluindo 12 modelos Rolex, cujo valor estimado pelas autoridades chega a R$ 500 mil.
Agentes realizaram um total de 15 ordens de busca e apreensão em São Paulo, Guarujá, Itu e Indaiatuba. A ofensiva contou com a participação de policiais federais, auditores fiscais da Receita Federal e da Receita Municipal de São Paulo.
A Justiça Federal em São Paulo determinou o bloqueio das contas dos investigados até o montante de R$ 1 bilhão, além do sequestro de bens imóveis e veículos avaliados em mais de R$ 60 milhões.
Um empresário investigado recebeu autuação de mais de R$ 43 milhões pela Receita Federal em 2023. Com base nas descobertas da investigação, a Receita Federal pretende iniciar novas ações, agora direcionadas a empresas, incluindo uma beneficiária do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse).
Adicionalmente, a Fazenda Municipal de São Paulo planeja abrir 21 operações fiscais contra empresas investigadas, considerando que as evidências reunidas pela PF indicam também sonegação do Imposto sobre Serviços (ISS).
A investigação teve início em 2022, após identificação de transações financeiras suspeitas envolvendo contas bancárias que supostamente eram usadas para movimentar e ocultar recursos de origem ilícita e não declarados.
Os investigadores descobriram movimentações, tanto a crédito quanto a débito, envolvendo ‘laranjas’ e empresas fictícias ou de fachada, algumas das quais associadas a indivíduos com extensa ficha criminal por crimes como tráfico de drogas, crimes contra o patrimônio e organização criminosa.
Segundo a PF, as diligências realizadas na manhã desta terça-feira, 13, têm como objetivo reunir elementos para fortalecer o conjunto de evidências dos autos, reunindo provas de crimes contra a ordem tributária, lavagem de dinheiro e outros delitos correlatos.
A investigação está sob a responsabilidade da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado em São Paulo, composta pela Polícia Federal, Secretaria de Segurança Pública do Estado, Secretaria de Administração Penitenciária do Estado e Secretaria Nacional de Políticas Penais.