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sexta-feira, 22 novembro, 2024

Fiocruz alerta: somente 11% das crianças completaram o esquema vacinal contra a covid-19

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Apenas 11,4% das crianças com até 14 anos estão com o esquema vacinal completo contra a covid-19 no Brasil, conforme indica o boletim do Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância), uma colaboração entre a Fiocruz e a Faculdade de Medicina de Petrópolis, divulgado nesta segunda-feira, 11. O relatório também aponta a correlação entre a baixa cobertura vacinal e a persistência de mortes por covid-19 nessa faixa etária.

Além disso, o boletim destaca que as crianças mais jovens são as menos vacinadas dentro do grupo de até 14 anos. Apenas 23% das crianças de 3 a 4 anos receberam duas doses da vacina, enquanto apenas 7% completaram o esquema vacinal com três doses. Por outro lado, na faixa etária de 5 a 11 anos, a taxa de cobertura vacinal subiu para 55,9% com duas doses e 12,8% com três. Esses dados são referentes a fevereiro de 2024.

É importante ressaltar que a cobertura vacinal também está baixa na população adulta. Para esse grupo, o esquema vacinal completo consiste em quatro doses, e apenas 14,9% estão completamente imunizados.

Para uma análise abrangente da relação entre vacinação e o número de óbitos por covid-19 em crianças até 14 anos, o Observa Infância comparou o número de mortes nessa faixa etária devido à doença nas primeiras oito semanas dos anos de 2021 a 2024 no Brasil. Vale lembrar que a pandemia de covid-19 foi declarada no país há quatro anos, em 11 de março de 2021.

No primeiro ano de combate à covid-19, foram registradas 118 mortes de crianças até 14 anos no Brasil, correspondendo a 38,6% das mortes por síndrome respiratória aguda grave (SRAG). No mesmo período de 2022, o número de óbitos subiu para 356, quase a metade (47,1%) dos casos das mortes por SRAG. No entanto, em 2023, ano em que a vacina contra a covid-19 ficou disponível para crianças a partir de 6 meses, o número de óbitos caiu para 50, representando menos de um quarto (24,5%) do número de mortes por SRAG. Essa queda, conforme o boletim, demonstra a eficácia e segurança da vacina.

Em 2024, porém, houve uma estagnação no número de mortes. Durante o período, foram registrados 48 óbitos de crianças até 14 anos devido à covid-19, correspondendo a 32% das mortes por SRAG.

De acordo com o boletim, essa persistência no número de mortes é preocupante e pode estar relacionada à baixa cobertura vacinal nessa faixa etária.

Cristiano Boccolini, pesquisador da Fiocruz e coordenador do Observa Infância, destaca a importância da cobertura vacinal completa em momentos de escalada de outras doenças, como observado atualmente. “A análise mostra que temos uma vacina segura, eficaz e disponível em todos os municípios. Precisamos utilizar os recursos que temos para garantir a saúde das crianças, especialmente em um cenário desfavorável, com a circulação de outras doenças perigosas, como a dengue”, salienta, conforme comunicado da Fiocruz.

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