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terça-feira, 8 outubro, 2024

Editorial: Profetas do apocalipse

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O que não falta no mundo é profeta. Muita gente afirmando que no futuro, próximo ou distante, acontecerá isso ou aquilo. Ganham tantos ouvintes e adeptos quanto os profetas bíblicos. E afirmam tantas asneiras que nem precisam esperar pelo futuro para serem ridicularizados.
Nosso país não está imune a esses profetas, talvez videntes. Proliferam aos montes. A última moda dessas profecias é o fim dos jornais impressos. Culpa da Internet, dizem eles. Aos fatos: o rádio surgiu por aqui em 1922, no centenário da proclamação da Independência, e aos poucos se firmou como um veículo de comunicação confiável.
Anos depois do rádio ter se firmado em todo o país, os profetas da época decretaram a morte dos jornais, que já circulavam por aqui mais de cem anos antes. Tinham um argumento manco: o rádio oferecia a comodidade de só precisar ouvir, enquanto os jornais obrigavam a leitura. Coisa básica- jornal é pra ser lido, não ouvido. Mesmo assim se deu crédito à asneira.
Em 1950 chegou a televisão, trazida por alguém (Assis Chateaubriand) que já era dono de emissoras de rádio e de jornais, os Diários Associados. Novamente os profetas atacaram: a televisão vai acabar com o rádio. O argumento também era tosco – o interessado teria, além da voz, a imagem. De quebra, a televisão também acabaria com o cinema, diziam eles.
A chegada da Internet, no fim do século passado, despertou novamente as profecias, os argumentos fracos e inconsistentes e levou as afirmações ao apocalipse. No futuro, afirmaram, só haveria Internet. Estariam mortos o rádio, os jornais, a televisão e até o cinema.
Como se sabe, não aconteceu nada disso. A internet não é a maravilha que se apregoa, mesmo oferecendo muita informação e utilidade. Quando bem usada. Informações ali divulgadas carecem de crédito, de confiança.
O rádio continua prestando serviço e tendo audiência. As emissoras de TV continuam segurando muita gente em casa. O cinema tem orçamentos cada dia mais caros para produção de filmes outrora inimagináveis. E os jornais – os mais competentes – continuam sendo impressos e tendo seus leitores.
A Internet limitou-se a poucas coisas. Às redes sociais, por exemplo, onde não falta gente expondo sua vida e suas vaidades. Aos emails sempre úteis – na pior das hipóteses, mais eficientes que os Correios. Há alguns sites confiáveis. E o que sobrou, se os brasileiros são um dos povos que mais acessa a Internet? Pornografia. Sim, brasileiros são campeões em visualizar sites pornográficos.
Jornais, rádios e emissoras de TV se uniram à Internet. Colocam em sites bom conteúdo (pelo menos conteúdo confiável), e tornaram a Internet uma aliada. Não a combatem, nem a amaldiçoam. Nem a culpam por seus erros.
Por isso, na próxima vez que ouvir de um desses profetas, travestidos de entendidos em tudo, que os jornais impressos vão morrer, pode mandá-lo plantar batatas com toda tranquilidade. Entenda que é só mais um asno fazendo você perder tempo. E asno, quando abre a boca, só diz asneiras.

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