O estado de alerta máximo, decretado pela Defesa Civil de Maceió, completa uma semana nesta segunda-feira, 4. Em comunicado divulgado no final da tarde de domingo, 3, o órgão reiterou a medida devido ao iminente risco de colapso na mina número 18, pertencente à mineradora Braskem e situada em Mutange.
A Defesa Civil de Maceió está monitorando continuamente as movimentações no solo da cavidade 18, onde anteriormente ocorria a extração de sal-gema pela Braskem. Desde a última terça-feira (28), o equipamento responsável pela medição da movimentação do solo na mina registrou deslocamentos significativos, levando todos os técnicos a entrar em alerta máximo. Desde então, foi iniciada uma força-tarefa para gerenciar a situação.
O órgão de Defesa Civil também destacou que o deslocamento vertical acumulado na mina atingiu 1,77 metros, e a velocidade vertical diminuiu para 0,25 centímetros por hora, com um movimento de 6 centímetros nas últimas 24 horas.
Apesar da iminência de colapso evidenciada nos últimos dias, o Ministério de Minas e Energia declarou que a situação na mina da Braskem em Maceió está em processo de estabilização, minimizando a probabilidade de um desmoronamento generalizado. Em um relatório divulgado no último domingo, 3, o Ministério destacou a redução da probabilidade de deslocamentos de terra em larga escala. A cidade de Maceió, capital de Alagoas, enfrenta há dias o temor de um colapso devido à atividade da mineradora Braskem, que resultou em desnivelamento do solo, forçando a evacuação de mais de 60 mil pessoas na área da mina 18, colocada em estado de emergência.
O documento ministerial informa que a velocidade do deslocamento de terra diminuiu, passando de 50 cm por dia em 30 de novembro para 15 cm no sábado, 2 de dezembro. O prefeito da cidade, João Henrique Caldas, já havia mencionado anteriormente a redução na velocidade de afundamento do solo. No entanto, mesmo com essa melhora, a situação ainda é motivo de preocupação, dado que a velocidade permanece elevada.
Os especialistas indicam, com base em análises recentes, que, em caso de desmoronamento, este ocorrerá de maneira localizada e não generalizada. O relatório destaca a presença de sensores ao redor da área, permitindo monitoramento em tempo real pela Defesa Civil de Maceió. O SGB/CPRM designou uma equipe especializada para acompanhar a evolução da situação. Os cálculos dos especialistas indicam uma tendência de equilíbrio no sistema geológico, observando a diminuição na intensidade e quantidade de microsismos.
O senador de Alagoas, presidente em exercício no Senado, enfatizou em uma entrevista à Jovem Pan News que os equipamentos modernos utilizados proporcionam uma atualização constante da situação na região. Confirmou-se também que, conforme previamente informado pela Braskem, a realocação dos moradores da região vem sendo realizada desde 2020, abrangendo inclusive aqueles que inicialmente se recusaram a deixar o local.
Desde a década de 1980, pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) alertavam para o colapso do solo em bairros de Maceió devido à mineração de sal-gema realizada pela Braskem. As primeiras pesquisas comprovando a situação foram publicadas em 2010. A evidência do desnivelamento começou a surgir em 2018, com rachaduras de 280 metros nas casas e ruas de alguns bairros, levando à interrupção da mineração e evacuação de moradores das áreas mais afetadas.
Desde 2019, mais de 14 mil imóveis foram desocupados na região, impactando cerca de 55 mil pessoas, conforme dados da prefeitura. Em 2020, a Justiça de Alagoas determinou que a Braskem indenizasse as famílias afetadas e reparasse os danos ambientais causados. A empresa assegura que continua monitorando a situação da mina 18 e adotando medidas para minimizar o impacto de possíveis ocorrências, colaborando com as autoridades competentes.
