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segunda-feira, 7 outubro, 2024

Editorial: Sonho que virou fumaça

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Aviso aos navegantes: se está procurando um apartamento para ter tranquilidade, poder tirar sua soneca, aproveitar o fim de semana para ver um filme ou ler um livro, escolha bem o condomínio onde pretende morar. O que lhe mostram como um paraíso, coisa de alto padrão e outras baboseiras, pode ser uma verdadeira favela.
Não pelo aspecto, nem pelos carrões estacionados nas garagens. O problema é mais intrínseco – é a falta de educação reinante nos dias atuais. Há gente que mereceria estar morando numa colonia agrícola, isolada do mundo, mas mora em condomínio. Não respeita vizinhos, regulamentos e funcionários (nem sempre preparados) e fazem das escadas, elevadores e jardins um quintal de suas casas.
A maioria dos condomínios, em princípio, não admite animais nos apartamentos. Está nos regulamentos. A maioria, porém, faz vista grossa. Não há síndico que consiga impor regulamento à pretensas madames mal educadas, que abandonam seus cachorros trancados no apartamento enquanto saem para saracotear.
Outros síndicos, mais prudentes, fazem vista grossa porque conhecem exemplos de ações judiciais – não podia ter cachorro no apartamento, mas a madame foi à Justiça, e a Justiça disse que podia.
O problema dessa gente mal educada não é ter cachorro no apartamento. É não cuidar do animal; é deixar esse animal preso o dia todo, latindo ou chorando e incomodando todo mundo. Não adianta reclamar – essa gente tem resposta pronta. Quando alguém reclama, a primeira coisa que se alega é “você não gosta de animal”.
Há casos e mais casos de encrencas entre vizinhos por causa de cachorros. Gatos nem tanto. Seus miados ferem menos os ouvidos. Ter cachorro está na moda. Se a amiga tem, por que não posso ter também? Algumas – isso porque a maioria é formada por mulheres – não têm noção que o filhote vai crescer.
Resultado – há verdadeiros mastodontes morando em apartamentos apertados, alguns com crianças demais e normalmente com educação de menos. Pouco se importam com os latidos e com o mau cheiro das fezes e da urina. E ainda chamam o cachorro de filho. Talvez a explicação seja essa, literalmente.
Mas essas observações merecem um reparo. O termo favela foi usado para dar uma noção bem pejorativa da situação. Na realidade, nas favelas há gente mais educadas, mais cientes da vizinhança e que se contenta com o fiel vira-latas.
Por isso, na próxima vez que ouvir alguém dizer de peito cheio feito pomba que mora em condomínio, questione. Talvez seja necessária a reformulação da frase, que ficaria melhor assim: Moro em condomínio, num apartamento bem apertado, tenho um cachorro que late e incomoda todo mundo e sou bem mal educado.
Esperar tranquilidade num lugar assim é utopia. É sonho que se transforma em fumaça. Porque, além dos cachorros barulhentos e tão mal educados quanto seus donos, é bom que você saiba que é moda também usar furadeira, makita, martelo e outros quetais. E saber também que há muita mãe que chama seus filhos aos berros, da janela. Assim caminha a humanidade. Ou melhor, assim caminha a cachorrada.

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