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segunda-feira, 7 outubro, 2024

Editorial: Mais radares. Cadê os benefícios?

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O governo paulista anunciou com pompa e circunstância a instalação de novos radares de velocidades em estradas da região de Jundiaí. Uma delas é a rodovia João Cereser, que liga a Via Anhanguera à estrada de Itatiba (rodovia Constâncio Cintra) e que passa pela Vila Hortolândia. Aos desinformados: o limite de velocidade é 60 quilômetros por hora.
Justifica a nota do governo que os radares são para diminuir o número de acidentes com mortes na região. Uma explicação dura de engolir. Primeiro, que essas estradas não matam tanta gente assim; segundo, que os radares sempre ficam escondidos, contrariando o que preconiza o Código Brasileiro de Trânsito. E terceiro, que está na cara que a intenção é arrecadar mais com multas.
Estivesse o governo do Estado interessado em reduzir mesmo o número de mortes, teria tomado outra providência. Ou várias. Deixar em ordem as marginais do Rio Jundiaí, que ligam Jundiaí, Várzea e Campo Limpo seria uma. Mas esse abacaxi o governador empurrou para os prefeitos.
Colocar a Polícia Rodoviária para multar motoristas de caminhões que abusam da sorte seria outra. Na rodovia Dom Gabriel, por exemplo, no trecho próximo da rodovia dos Bandeirantes, sentido Itu-Jundiaí, há placas gigantescas determinando que ônibus e caminhões devem permanecer na faixa da direita.
O que mais se vê são caminhões e ônibus, dirigidos por motoristas profissionais, que têm obrigação de conhecer a legislação, andando na faixa da esquerda, desrespeitando tais avisos solenemente.
Há uma espécie de cultura nos governos (principalmente o do Estado) de culpar os motoristas e donos de carros por tudo de ruim que acontece. Descarregam sobre os motoristas uma série de obrigações, algumas exdrúxulas; obrigam esses mesmos motoristas pagar a conta de sua incompetência – único lugar do mundo que além de licenciar o carro é preciso pagar imposto para ter o carro.
No caso dos novos radares e dos ridículos limites de velocidade, a história é outra. A rodovia Hermenegildo Tonoli, que liga a Dom Gabriel até Itupeva, tem limite de 60 km/h e também está cheia de radares. Inconcebível um limite tão baixo para uma rodovia em condições razoáveis de tráfego – não fossem os caminhões que só atrapalham.
De tempos em tempos algum iluminado nos detrans da vida encontra algum motivo para explica a incompetência do Estado. Excesso de velocidade já foi um deles. Com o tempo, e com a maldita lei seca, creditaram todas as desgraças ao consumo de álcool. Agora voltaram com a história da velocidade.
Está mais que provado que hoje a maior causa de acidentes de trânsito é o uso de celular. Não o uso para conversa – há muita gente digitando mensagens de whatsapp e facebook enquanto dirige. Se alguém duvida, bastar observar, olhar para os lados, nas estradas e rodovias.
Criaram o uso obrigatório do farol baixo durante o dia. Alegaram segurança, maior visibilidade. Mentira. Os faróis apenas ajustam o foco dos radares, que embora tenham custado caro não devem ser aquela maravilha. Com o foco nos faróis, fica mais fácil a medição de velocidade. E mais rápida a multa.
Por isso, da próxima vez que sair de casa, mesmo que seja para andar poucos metros por uma dessas rodovias, dê uma boa olhada sob viadutos, sob árvores e atrás de moitas (que não faltam, porque o DER não limpa os acostamentos). Pode ser que lá esteja um radar, bem escondidinho, para lhe dar mais uma multa de presente.

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