O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, tratou as trocas no comando da Rondas Ostensivas Tobias Aguiar, a Rota, a tropa de elite da Polícia Militar paulista, como normais.
Foi publicada no Diário Oficial desta segunda-feira (4), a promoção do tenente-coronel Leonardo Akira Takahashi no 1º Batalhão de Policiamento de Choque (BPChq) e a transferência de Rogério Nery Machado para o 4º BPChq.
Em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (4), no Palácio dos Bandeirantes, Derrite admite que o tenente-coronel Nery, que comandou pelos últimos quatro meses a Rota, é um oficial da mais alto estirpe. “(Nery) Comandou o COE (Centro de Operações Especiais), é um oficial brilhante. Só que nós tínhamos um planejamento de que o major Takahashi assumisse o comando da Rota. Então, o coronel Nery sabia que viria para ficar só quatro meses”, completou o secretário.
Nessa dança das cadeiras, o tenente-coronel Rogério Nery Machado retoma ao posto para comandar o Batalhão de Operações Especiais, além do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), e o Centro de Operação Especiais (COE).
Sob o comando de Nery foi deflagrada, em 28 de julho, a Operação Escudo em cidades do litoral paulista, um dia após a morte do soldado Patrick Bastos, no Guarujá, enquanto fazia patrulhamento em uma comunidade do Guarujá. Desde então, ao menos 28 pessoas morreram, segundo a polícia.
Porém, há relatos de que a operação tem feito uso excessivo das forças de segurança, incluindo execuções e torturas, o que é negado pela Secretaria de Segurança Pública do Estado. Na última sexta-feira (1), o Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) recomendou, em audiência pública que reuniu líderes de entidades defensoras dos direitos humanos, o fim da Operação Escudo.
Derrite nega que a troca de comando na tropa de elite da Polícia Militar do Estado esteja relacionada à ação da Rota no litoral paulista. “Não é falta de prestígio (ao Rogério Nery Machado), pelo contrário. Faz parte da carreira”, disse o secretário.
Em relação às 28 mortes, a SSP-SP informa que os casos estão em investigação pela Deic de Santos, com o apoio do DHPP, e pela PM. “O conjunto probatório apurado no curso das investigações, incluindo as imagens das câmeras corporais, tem sido compartilhado com o Ministério Público e o Poder Judiciário”, diz a pasta.
Mais substituições
Outras trocas de comando foram anunciadas no Diário Oficial desta segunda-feira. Uma delas foi a do 13º Batalhão, responsável pelo policiamento na região da Cracolândia. O posto era ocupado pelo tenente-coronel Armando Luiz Pagoto Filho, que deixou o cargo e foi transferido para o Comando de Policiamento de Área Metropolitana 10 (CPA/M-10), na zona sul da capital. O nome do seu substituto ainda não foi divulgado.