Depois de safras difíceis, com queda na produção e problemas com pragas, o investimento em novas tecnologias e no sistema de cultivo garantiram a volta das plantações de morango em Jundiaí. Com os pés saindo do solo e dando espaço ao sistema semi-hidropônico, em bancadas suspensas, o Agronegócio avança no município graças ao apoio de políticas públicas.
A diretora do Departamento de Agronegócios de Jundiaí, Isabel Harder, explica que esse sistema de cultivo proporciona algumas vantagens. “A proteção contra eventos climáticos intensos, por exemplo, já que as plantas geralmente ficam protegidas por telas. Também há diminuição da incidência de pragas e doenças de solo, o que reduz o uso de agrotóxicos e proporciona uma boa qualidade da fruta”, lembrou.
Os produtores de morango no bairro Bom Jardim, Ricardo Paulino e Márcio José Scapin, investiram na produção da fruta em bancadas suspensas. Hoje, eles produzem aproximadamente 40 mil pés, ainda distante do pico da produção nos anos 90, quando chegou a 300 mil.
“Nós fizemos um investimento nesse sistema para retomarmos a produção em larga escala. Agora, com mais experiência, estamos produzindo uma fruta de boa qualidade e sem as pragas que nos atingiram em anos anteriores”, lembrou o produtor Ricardo Paulino, que produz as espécies San Andreas e Caminho Real, além de outras três em fase de teste.
O prefeito Luiz Fernando Machado reforça que o cultivo de morango em Jundiaí sempre foi muito tradicional. “Por isso o Poder Público está focado na injeção de investimentos em programas de proteção ao agricultor. São medidas que, aliadas às novas tecnologias de cultivo, estão proporcionando a volta dessa cultura tão importante para toda a região, principalmente para a geração de empregos no campo”, reforça.
No sistema semi-hidropônico, usado por alguns agricultores de Jundiaí, são construídas bancadas geralmente de madeira e cobertas por telas de proteção, entre 80 centímetros e 1 metro de altura. Sobre elas ficam os slabs (sacos plásticos preenchidos com substrato) onde as mudas são plantadas. A irrigação normalmente é feita pelo sistema de gotejamento. Apesar das várias vantagens, o sistema exige um investimento inicial considerável, além de conhecimento da cultura e da tecnologia empregadas para que a produção seja satisfatória.
Em Jundiaí, segundo os produtores, a produção da fruta já chegou a 7 milhões de pés, nos anos 90, tendo queda por conta de pragas no solo. Hoje, a safra fica entre 150 a 200 mil pés e com expectativa de crescimento depois da injeção de investimentos.
Produção suspensa fica protegida por telas, que pode ser subsidiada pelo Programa Cultivo Protegido. “Os investimentos no Agronegócio de Jundiaí cresceram mais de 400% nos últimos anos. Através do programa Cultivo Protegido, os produtores podem conseguir o subsídio da Prefeitura para comprar as telas que protegem a produção. Por isso estamos investindo em medidas que ajudam o produtor a se fixar na terra e investir em novas tecnologias para retomar ou aumentar a produção”, reforçou o gestor de Agronegócio, Abastecimento e Turismo, Eduardo Alvarez.
A época de colheita do morango depende do clima na região de cultivo e do sistema de produção, variando de abril a outubro em regiões mais quentes, podendo estender-se até dezembro, em regiões mais frias, como o Sul do Brasil. A colheita do morango é uma das operações mais delicadas e importantes de todo o ciclo da cultura. Se for feita de forma inadequada, poderá se perder todo o esforço realizado nas outras etapas do cultivo.