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segunda-feira, 7 outubro, 2024

Dona Margarete vai às ruas, e não é de agora

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Ela é a primeira mulher do prefeito a visitar entidades, está constantemente nos bairros e se comove com situação de algumas famílias

Margarete nasceu em Jundiaí há 49 anos, numa família formada pelos pais e sete irmãos – 3 mulheres, 4 homens. O pai, Jamil Geraldo, se tornou conhecido por manter um serviço de guincho e depois, por algum tempo, por ser perito técnico. Antes de casar, trabalhou num escritório de contabilidade, dispensada tão logo se casou com o então desenhista Pedro Bigardi, que conhecera aos 16 anos.
Ironia do destino – sua dispensa do trabalho se deu porque o patrão entendia que mulher casada logo estaria grávida. Como a legislação era outra, mandou embora e contratou uma moça solteira em seu lugar. Moral da história: Margarete engravidou da filha Patrícia anos depois, mas a moça que a substituiu logo ficou grávida, mesmo solteira.
Nesta semana, enquanto corria para que o último final de semana da Feira da Amizade, que está acontecendo no Parque da Uva, seja perfeito, Margarete lembrou das muitas coincidências da vida. Mas precisou lutar muito.
Casada (desde 1988), procurou fazer alguma coisa para se ocupar e ajudar no orçamento doméstico. Fez bijuterias, até que veio o estalo, e foi fazer curso de cabeleireira. Seus avós, pais de sua mãe, foram os primeiros cabeleireiros da cidade. Não deu outra – ficou à frente do salão durante 20 anos.
A vida de Pedro, já engenheiro, começou a mudar. Quando foi trabalhar na Fundação Municipal de Ação Social (Fumas), conheceu de perto a situação precária de muitas famílias. Seu trabalho também o levou a todos os cantos de Jundiaí. Em casa, os comentários eram sobre idéias novas para a cidade.
Margarete participava de tudo, até que Pedro se lançou na política. Cinco vezes tentou ser prefeito (conseguiu na última, em 2012), e Margarete esteve ao seu lado. Aprendeu a falar em reuniões, foi às portas de fábrica, sindicatos. A filha, Patrícia, já acompanhava os pais nessas andanças.
Hoje Patricia é jornalista, prestes a completar 25 anos. Já tem desenvoltura, fala em reuniões, sabe pedir votos e até representou o pai prefeito mais de uma vez. Foi tratada como primeira filha; a mãe se tornou primeira dama em janeiro de 2013.
A idéia de recuperar o sentido da Feira da Amizade aconteceu em 2012 – a feira estava sem acontecer havia 15 anos. Margarete esperava Pedro, em frente ao Parque da Uva – ele tinha ido a Sorocaba participar de um debate, na condição de candidato a prefeito. Outro estalo – por que não fazer novamente a Feira da Amizade.
Falou com o marido, que foi eleito. E logo foram procurar a idealizadora da feira, Mercedes Ladeira Marchi, que não conheciam. A idéia foi abraçada, e hoje, passados quase quatro anos, ainda levam o projeto das feiras à casa de Mercedes. O formato mudou completamente.
“Desde 2013 procuramos dar valor aos artistas locais, que são excelentes – diz Margarete. Há editais de chamamento, e depois há critérios para escolha. Chamamos também as entidades assistenciais, e hoje 22 estão participando da feira”.
Margarete lembra também que os artesãos também têm mais oportunidade. “As barracas são padronizadas, explica ela. A cada ano melhora a qualidade e aumenta a diversidade da produção artesanal”.
À frente do Fundo Social, Margarete também teve seus estalos de mudança. Cadastrou todas as entidades (hoje são 138) e parou de distribuir cestas básicas – elas são enviadas às entidades, que fazem a distribuição. Mantém campanhas permanentes, como a de alimentos, e as pontuais, como de agasalhos e brinquedos.
Tem 19 funcionários para ajudar, a maioria mulheres. O Fudo tem mais de 20 cursos profissionalizantes, em parceria com o Senac, que certifica quem os conclui. E passou a ceder o auditório do Fundo para cursos e palestras, de graça.
Agora, faltando praticamente 20 dias para as eleições, e com o marido candidato, o ritmo aumentou. “O dia começa bem cedo, antes das sete – diz Margarete. Acompanho o Pedro onde posso. A gente aproveita o horário do almoço para pequenas reuniões, porque ele não pode deixar a Prefeitura, tem suas obrigações como prefeito. E termina tarde da noite”.
Suas andanças pela cidade, em companhia do marido, seja para pedir votos ou não (foi a primeira a visitar entidades assistenciais) mostraram um lado pouco conhecido da maioria – o lado da necessidade. “Choca ver a situação de muitas famílias, conta Margarete, mas infelizmente não dá para resolver tudo. Fazemos o que é possível, mas há muita desigualdade”.
 

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