Desenvolvido pela equipe da Unidade Básica de Saúde (UBS) Esplanada, a conscientização sobre a utilização de medicamentos de uso controlado é o foco do Grupo de Gestão Autônoma de Medicação (GAM). A atividade integra as Práticas Integrativas e Complementares (PICs) ofertadas pelo equipamento e quem tem sido um diferencial para a promoção da saúde da população.
Criado em 2017, o grupo se destina a ajudar as pessoas a refletirem sobre o uso dos medicamentos psicotrópicos, criando a cultura de uso racional. São oito encontros, totalizando cerca de 10 horas, em que a equipe multiprofissional da UBS aborda temas como os cuidados com a saúde integral, a importância de os pacientes se conhecerem, além de destacar que esses medicamentos não são a única e nem sempre a melhor forma de tratar os problemas de saúde mental.
O trabalho é baseado em um guia montado por pesquisadores de instituições como a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
A gerente da UBS, a enfermeira Fabiana Montoro Novo, explica que a metodologia adotada nos encontros visam oferecer ferramentas para que as pessoas tenham autonomia para negociar ativamente os medicamentos que lhes façam bem, assim como acessar outras formas de tratamento. “Quando o paciente se apropria da medicação, tendo conhecimento sobre o uso, os benefícios e malefícios, e também sobre a doença que levou a necessidade do remédio, ele passa a ser corresponsável na gestão do tratamento, podendo optar pela redução de maneira consciente”, explica.
O projeto já atingiu aproximadamente 70 pessoas, com redução das receitas. Todos os meses novas turmas são abertas. “Obtivemos, desde que iniciamos, 10% de desmame, o que é um número muito bom. É um olhar diferenciado sobre a questão, o que se traduz em mais qualidade de vida para os participantes”, ressalta a médica da UBS Esplanada, Fernanda Fumagalli Bifani.
Avaliação
O engenheiro de projetos José Geraldo (nome fictício para preservar a identidade do usuário do serviço) ressalta que, a partir do segundo encontro do GAM, mudou a maneira com que se comportava diante do que o levou a necessitar de medicamentos de uso controlado. “Parei para pensar sobre a forma como eu estava encarando a doença e a entender que a dependência do remédio não estava me fazendo bem, ao contrário. Sozinho, eu jamais conseguiria. Foi uma ajuda importante para mudar o meu foco. Hoje reduzi o uso e até pratico esportes”, frisou.
Durante os encontros, os participantes também são convidados a ingressar nos grupos de artesanato, ginástica corporal, auriculoterapia, entre outros serviços ofertados pelo equipamento.
Rede
Em Jundiaí, todos os equipamentos da Atenção Básica ofertam serviços que vão além do consultório médico. Para participar, basta o usuário procurar a unidade de referência para se informar sobre a programação.
