Luiz Marinho, recém empossado ministro do Trabalho, afirmou que o governo Lula planeja acabar com o saque-aniversário do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Ao escolher a modalidade, o trabalhador pode resgatar uma parte do saldo das suas contas do benefício, anualmente, no seu mês de aniversário, acessando um dinheiro a mais, mas perdendo a possibilidade de retirar o valor integral se for demitido. As informações são de O Globo.
Criada por lei em 2019, durante o governo Bolsonaro, a sistemática é uma alternativa de um dinheiro extra para 28,6 milhões de trabalhadores que aderiram ao saque-aniversário, que sacam, em média, R$ 12 bilhões por ano. Desde que foi criada, a modalidade resgatou quase R$ 34 bilhões do FGTS.
O ministro do governo Lula prometeu repetir os feitos de sua primeira gestão da pasta, que comandou de 2005 a 2007. Entre eles, utilizar o FGTS como instrumento de investimento.
“Nós vamos rever, nós vamos rever. O FGTS tem dois objetivos, historicamente. Um deles é estimular um fundo para investimento, que é de habitação. E nós criamos, eu criei, quando ministro do Trabalho, o FI-FGTS, para financiar produção, projetos para gerar empregos e crescimento, para aumentar ainda mais o Fundo e beneficiar os cotistas”, disse.
Para o ministro, o incentivo ao saque, como o praticado pelo governo Bolsonaro, era um ato irresponsável e criminoso que desvirtuou do objetivo real de tornar o FGTS um recurso para socorrer o trabalhador no momento do desemprego. “Se sacar em todos os aniversários, quando o cidadão precisar dele (do FGTS), não tem. Como tem acontecido reclamação de trabalhadores demitidos que vão lá e não têm nada”, acrescentou.
O ministro prometeu um aumento real do salário mínimo e geração de empregos. “Vamos unir o Brasil, vamos dialogar com os incrédulos. Tenham crença. Falam tanto em Deus, então acreditem”, afirmou. Para ele, o que acabou com a fome no governo Lula foi o aumento real do salário mínimo e o emprego. Além disso, o ministro disse que todas as mudanças que vai propor serão negociadas, inclusive com os empregadores. “Não há razão para temor.”