Não sou fanático por futebol. Tenho muita simpatia pelo Palmeiras, do qual posso até me considerar um torcedor. Mas a reclamação é outra. O horário dos jogos noturnos. Nada começa antes da novela, que um dia já se chamou “novela das 8”. E a Globo é a emissora que tem os direitos de transmissão. É ela que manda no horário.
Sou de outro tempo – e nem me considero um velho. Havia muitos jogos do Campeonato Paulista que aconteciam nos sábados à tarde e domingo de manhã. Os do sábado começavam às quatro da tarde, e os do domingo às onze, antes do almoço. Mulheres e crianças iam aos estádios, e os torcedores se misturavam. Não havia brigas. Nem torcidas organizadas. Nem Globolixo para mandar nos horários.
Atualmente os jogos começam muito tarde. Na quarta passada, quando o São Paulo foi eliminado da Copa do Brasil pelo Flamengo, o jogo começou quase dez da noite. E terminou depois da meia noite. Quem pretendeu ver o jogo pela TV precisou esperar terminar o capítulo da novela-putaria Pantanal. Na hora determinada pela Globolixo.
Na quinta, como não havia interferência dessa nefasta emissora de TV, o jogo começou às oito da noite. Terminou às dez. E aí muita gente pergunta: qual o tamanho do prejuízo que os jogos boêmios causam? Diríamos que muitos.
Quem fica acordado até tarde para ver jogo não vai conseguir levantar cedo no dia seguinte para trabalhar. E se conseguir, vai passar o dia cochilando no trabalho. Se trabalhar com máquinas, o risco de se acidentar é grande. Quem foi ao estádio, vai dormir ainda mais tarde. O jogo já termina tarde, mas aí para comemorar com os amigos e enfrenta trânsito para voltar para casa.
Jogos em horários avançados – exceção dos torneios internacionais, uma vez que há diferenças de fuso horário – deveriam ser boicotados. Quem sabe assim a Globolixo aprende respeitar quem a assiste. Só curiosidade: costumo dormir às nove da noite, portanto não vejo jogo nenhum.