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sexta-feira, 22 novembro, 2024

Furto e vandalismo desativam a centenária Estrada de Ferro Campos do Jordão

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Uma sequência de furtos e vandalismo levou à paralisação do tráfego de trens na Estrada de Ferro Campos do Jordão (EFCJ), um dos ícones da história ferroviária no Estado de São Paulo, inaugurado em 1914. Segundo a Secretaria de Transportes Metropolitanos, que opera a ferrovia, desde maio de 2020, em plena pandemia de covid-19, a linha férrea foi alvo de mais de 80 ocorrências de furtos, resultando na subtração de 30 quilômetros de cabos da rede aérea e na derrubada de mais de cem postes. Desde então, a ferrovia está inoperante em 60% do percurso, entre Pindamonhangaba e Santo Antônio do Pinhal, no Vale do Paraíba, interior paulista. As informações são do Estadão Conteúdo.

Órgãos públicos (prefeitura, Câmara) e moradores de Pindamonhangaba iniciaram um movimento pela reativação da linha férrea e, nesta quarta-feira (30), será realizada reunião na Câmara Municipal para discutir o tema. A pasta estadual confirmou a participação. 

A estrada de ferro foi concebida pelo sanitarista Emílio Ribas para facilitar o acesso aos sanatórios da estância climática da Serra da Mantiqueira. Depois, se tornou uma das primeiras ferrovias turísticas do país. Nos últimos anos, antes da desativação, atendia também o transporte de moradores da zona rural de Pindamonhangaba e de Santo Antônio do Pinhal.

Em 2019, antes ainda da pandemia, a ferrovia transportou mais de 160 mil passageiros. Atualmente, o trem turístico circula apenas no trecho urbano de Campos do Jordão. No início de março, a Secretaria de Cultura e Turismo de Pindamonhangaba reuniu-se com representantes da pasta estadual para discutir uma forma de recolocar os trens em circulação. A Câmara Municipal de Pindamonhangaba aprovou a criação de uma frente parlamentar em defesa da estrada de ferro

Segundo o secretário de Cultura e Turismo, Alcemir Palma, integrantes do conselho municipal do patrimônio histórico manifestaram preocupação com a situação dos prédios ferroviários ao longo da estrada. “Os munícipes que moram perto das estações também nos procuraram, preocupados com a volta dos trens. Assim, foi sugerida a criação de uma frente parlamentar na Câmara para tornar oficial a discussão do tema. Pelo que nos foi dito, houve duas tristes coincidências: a paralisação do transporte durante a pandemia e, em seguida, uma série de furtos de cabos, afetando a operação”, disse.

Ainda segundo o secretário, a expectativa é de que a ferrovia volte a operar até o fim do ano. “A estrada de ferro tinha o transporte regular e aos domingos fazia uma viagem especial até Piracuama, que é em nosso município e tem importantes atrativos turísticos. O maior trecho da estrada é de Pindamonhangaba, por isso a nossa preocupação. A ideia de criar a frente é no sentido de demonstrar publicamente o interesse da sociedade na retomada da ferrovia. Tem também uma associação de ferroviários que briga pela manutenção dos empregos”, relatou.

O trem turístico vinha funcionando desde 2004, partindo da estação de Pindamonhangaba até o núcleo de Piracuama, na zona rural, que tem várias atrações turísticas. Entre elas, o Parque Reino das Águas Claras, com esculturas de personagens criados pelo escritor Monteiro Lobato, como o saci Pererê, tia Anastácia, Emília, Narizinho, o Visconde de Sabugosa e o Rinoceronte que, com a desativação dos trens, também ficaram no abandono.

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