Os vereadores aprovaram por unanimidade na sessão da terça-feira (23) projeto de lei que declara a lagoa da antiga Rigesa como bem de valor histórico-cultural de Valinhos. Na prática, a medida deve preservar essa área, evitando a sua destruição, aterramento e qualquer tipo de obra que venha modificar sua característica. Segundo os vereadores Alécio Cau (PDT) e Henrique Conti (PTB), autores do projeto, a lagoa está inserida no cenário urbano da cidade há mais de 80 anos e, além de valor histórico, possui importância para os animais, flora e para drenagem das águas da chuva.
Em discurso na tribuna, o vereador Conti disse que o projeto foi apresentado diante do risco do esvaziamento da lagoa para construção de obra no local. Ele ressaltou que a lagoa não é artificial, uma vez que tem sido abastecida naturalmente. “Precisamos que aquele local seja um parque linear. A cidade de Valinhos vai ter um parque no centro da cidade. Pode ser um lugar maravilhoso, com lago maravilhoso, um parque para as pessoas passearem, com comércio, lojinhas, bares, restaurante. Ia ser um ponto turístico da cidade. É algo que tem que ser articulado com a prefeitura junto aos empreendedores imobiliários”, defendeu.
O vereador Alécio Cau criticou o secamento da lagoa e alertou que Valinhos vive uma crise hídrica. “Sabemos a intenção para aquela área da Rigesa: fazer um empreendimento imobiliário. Para isso, a empresa precisa drenar a lagoa (…) Enquanto milhares de moradores ficam três vezes por semana sem água em casa, nós estamos permitindo que uma lagoa no centro da cidade seja drenada (…) Essa lagoa já faz parte da cultura e da história da nossa cidade”, discursou.
O vereador Fábio Damasceno (Republicanos) afirmou que já circulam informações de que há projeto para construção de unidades habitacionais na área. “Parece brincadeira, né? Mesmo diante de tudo que o município tem enfrentado, esse crescimento desordenado, a falta de água, tudo o que nós estamos passando, as coisas parecem que são tratadas com naturalidade. Não há um estudo de impacto disso”, criticou.
O projeto segue agora para sanção ou veto da prefeita Capitã Lucimara (PSD).