A rede de fast food Burger King está cooperando para o aumento de redes de criação de galinhas que operam com crueldade e covardia no Brasil, se destacando negativamente entre os gigantes do ramo. Sem fiscalizações sobre a procedência dos frangos mortos para serem servidos no cardápio, a rede desdenha do movimento mundial de proteção de animais e usa em sua produção galinhas provenientes de matadouros que criam os animais nas piores condições possíveis.
De acordo com o relatório “Botando Ordem no Galinheiro 2020” da organização Proteção Animal Mundial, o Burger King chama atenção por obter as piores pontuações em relação as cadeias de fornecimento de frangos. O que motivou a organização PAM a criar a campanha “Que baBKice é essa?”, que tenta dialogar com o restaurante.
Segundo o gerente de agropecuária sustentável da Proteção Animal Mundial, José Ciocca, a franquia estabeleceu um padrão de bem-estar animal indicado e certificado pela própria indústria de criação de frangos dos Estados Unidos, o que “é algo vago, sem credibilidade e que não gera mudanças significativas”, afirma.
Um relatório divulgado pela organização PAM em 2020 aponta ainda que a companhia tem significativo destaque entre outras redes como McDonald’s, KFC, Subway, Pizza Hut e Habib’s, por liderar as piores pontuações de rede de fornecimento de animais, sendo a maior patrocinadora desse tipo de crueldade.
O relatório “Botando Ordem no Galinheiro 2020” trouxe detalhes de como vivem esses animais que são explorados e mortos pelas gigantes do fast food. 40 bilhões de frangos são obrigados a viver em sistemas de superlotação em um espaço um pouco maior do que uma folha de sulfite A4, muitas vezes sob seus próprios dejetos e sem possibilidade de expressar seu comportamento natural, como ciscar e abrir as asas.
O relatório aponta também a lentidão e insuficiência das medidas tomadas pelas grandes redes de fast food, que apesar de algumas melhoras pontuais trouxeram uma considerável piora no comparativo do ano anterior.