Com apenas 19 anos, Isabella Savaget inspira muita gente. Ela nasceu com paralisia cerebral, enfrentou anorexia e depressão. Hoje, ela garante que é só amor e quer levar alegria para todos.
A carioca Bella, que é dona de um sorriso imenso, quer transformar positivamente a vida das pessoas. Depois de ser barrada numa escola particular por ter parlisia, a estudante de direito quer lutar por uma sociedade mais justa e acessível.
“Eu encarei a minha deficiência sabendo que eu ia lidar com momentos difíceis muitas vezes. Em uma situação de preconceito, eu posso até ficar chateada, mas eu vou fazer questão de chegar para a pessoa e explicar o porquê aquilo não pode ser feito. É meu papel como PCD [Pessoa Com Deficiência] passar esse conhecimento”, diz Isabella.
Bella teve paralisia cerebral ao nascer. No caso dela, é uma deficiência apenas motora, sem nenhum dano cognitivo.
Desde pequena, a jovem tem acompanhamento profissional com fisioterapeuta, fonoaudióloga e terapeuta ocupacional. Ela garante que o acompanhamento foi essencial para que não se sentisse diferente de ninguém.
“Se você me perguntar: ‘Bella, você gostaria de ter nascido sem deficiência?’. Não! Por quê? Porque eu sou quem eu sou por tudo o que eu passei, por tudo o que eu aprendi. A deficiência faz parte de mim. Eu fico muito orgulhosa da pessoa que eu me tornei e da pessoa que eu vou me tornando a cada dia”, diz.
Duas Bellas
Entre os 14 e 15 anos, Bella desenvolveu anorexia nervosa. Mesmo com acompanhamento médico especializado em distúrbios alimentares, a jovem não conseguia se recuperar.
Como sempre sonhou em ter um cachorrinho, os pais dela fizeram um trato: “caso eu melhorasse, meu sonho seria realizado. Foi com essa motivação que comecei a me levantar, aos poucos”, lembra.
Recuperada da anorexia, Bella desenvolveu depressão. Ela levou 1 ano e meio lutando como os dois transtornos, até que começou a se reerguer.
Foi em um canil que Isabella encontrou a Bellinha, a shitzu de 6 anos, que ela considera a melhor amiga. “A Bellinha transformou a minha vida. A Bellinha salvou a minha vida. Ela me deu uma nova chance, um novo olhar sobre a minha vida”.
Direito por acessibilidade
Bella hoje cursa Direito e conta que está no curso para defender pessoas com deficiência e lutar por uma sociedade mais acessível e justa.
Ela disse que viveu uma situação na escola que foi decisiva para a escolha da profissão. Bella foi proibida de estudar em um colégio particular porque tinha deficiência. “Aquilo me fez ter um olhar mais cuidadoso para o Direito e escolher essa área”.
“Eu quero lutar por um mundo mais acessível e mais inclusivo. Quero ajudar a transformar uma sociedade anti-capacitista. Que as pessoas possam compreender a deficiência e acima de tudo, eu quero levar amor para todos, motivar as pessoas. Eu quero ser a “Bellinha” na vida de alguém”.