Everaldo havia visto seu pai, Geraldo Serafim do Nascimento, pela última vez na Paraíba, antes dele se separar de sua mãe. Após o rompimento da relação, o pai foi morar em Guarujá e a mãe foi para o Rio de Janeiro. Everaldo foi morar com a avó materna. Geraldo chegou a visitá-lo algumas vezes, mas não retornou desde que ele completou 14 anos.
Quando Everaldo completou 24 anos, ele decidiu procurar seu pai. Sem sucesso, desestimulado por pessoas próximas, o homem chegou a achar que Geraldo estava morto, mas sua esposa, Eliana Almeida Nascimento, insistiu para que ele continuasse procurando e teve a ideia de publicar uma foto nas redes sociais.
Com a ajuda do filho do casal, a única foto que tinham do avó do menino, quando ele ainda tinha 20 anos, foi usada para ser envelhecida e tentar chegar a uma espécie de retrato falado de Geraldo.
A foto circulou pela internet, até que chegou em pessoas que moravam na mesma região que Geraldo, o pai. “Em pouco tempo, tinha muitas visualizações e muitas pessoas falaram que o conheciam por apelidos, que ele era bem conhecido”, disse Eliana.
Alguns dias depois, a família foi até o rancho onde pai de Everaldo morava e puderam o conhecer. A filiação foi comprovada após Geraldo falar nomes de parentes e acontecimento antigos.
“O que me marcou foi o abraço que ele deu. Quando perguntei se ele tinha irmão, ele disse o nome, e quando perguntei o nome dos filhos, ele falou de todos nós. O rapaz [que acompanhava o idoso] falou que eu era o filho mais velho, ele largou tudo que estava na mão e me abraçou. Nunca tive um abraço igual a esse, um abraço de um pai que sentiu a ausência do filho por anos”, disse Everaldo.
Após o reencontro, Everaldo levou o pai para cortar os cabelos e almoçar. Ele afirma que pretendeu dar uma melhor condição de vida para ele. “Não vamos ficar vivendo de passado, vamos viver daqui pra frente, tirar o atraso daquilo que a gente não pode ter, de convivência, de abraço”, afirmou Everaldo.