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sexta-feira, 22 novembro, 2024

71% da população veem recuperação da economia somente a partir do próximo ano

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Dado mostra aumento de dez pontos percentuais no pessimismo do brasileiro em um intervalo de nove meses. Falta de vacina e percepção sobre impacto da pandemia na economia influenciam esse sentimento

O ritmo da vacinação e a segunda onda da Covid-19 derrubaram a expectativa do brasileiro em uma retomada mais rápida da economia. A terceira edição da pesquisa Os brasileiros, a pandemia e o consumo, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), encomendada ao Instituto FSB Pesquisa, mostra que 71% das pessoas consideram que a economia vai levar, pelo menos, um ano para se recuperar. Foram entrevistadas 2.010, entre 16 e 20 de abril deste ano. Em julho de 2020, eram 61%. Essa pergunta não foi feita na primeira edição.

Esse sentimento impacta os hábitos de consumo e foi influenciado pela vacinação: 83% dos entrevistados consideram o ritmo de vacinação no Brasil lento e 35% das pessoas que ainda não foram imunizadas não têm expectativa de serem vacinadas esse ano. Dados oficiais mostram que apenas 13,2% da população foram vacinadas. Do total de entrevistados pela pesquisa, 9% já tomaram a primeira dose da vacina e 6%, as duas doses.

De acordo com o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, a aceleração do ritmo da vacinação dos brasileiros contra a covid-19 é condição imprescindível para combate eficaz à pandemia. “Só a imunização em massa da população contra a doença recolocará o Brasil no caminho da retomada da economia, do dinamismo do mercado consumidor e na rota dos investimentos. Mais importante, a rápida execução do Plano Nacional de Imunização – respeitando a ordem dos grupos prioritários – permitirá que a população brasileira possa, enfim, contar com a proteção contra essa doença que tem trazido enorme custo humano para o país e o mundo”, afirma Robson Braga de Andrade.

A pesquisa mostrou um medo menor da população em perder o emprego do que em 2020. Em abril de 2021, 41% assinalaram ter um medo grande ou muito grande de perder o emprego. Em julho de 2020, eram 45% e, em maio de 2020, 48%.

Apesar disso, 32% dos trabalhadores afirmaram que a renda diminuiu e 14% perderam totalmente a renda, nos últimos 12 meses. Para 41%, a renda ficou estável e 10% registraram aumento. Em outra pergunta, quanto às expectativas sobre sua renda para os próximos seis meses, 3% acreditam que perderão totalmente, 9% veem redução parcial e 83% consideram que não terão mudanças.

Diante de todo esse cenário de crise e pandemia, 71% da população afirmam ter reduzido seus gastos desde o início da pandemia. Os motivos teriam sido os seguintes: 30% perderam parte ou toda renda; 38% se dizem inseguros quanto ao futuro; 27% alegam o fechamento do comércio e; 5% não responderam. Nesse tópico, o que chama a atenção é o fato de 37% dos respondentes afirmarem que a redução do gasto será permanente, percentual que há um ano estava em 29%.

A pesquisa mostra que a maior parcela da população vê a necessidade de manter alguns serviços abertos. Nesta edição, 61% apoiam a abertura do comércio de rua, enquanto em julho de 2020, eram 49%. No entanto, ainda na comparação entre abril de 2021 e maio do ano passado, caiu de 72% para 49% o percentual de pessoas contrárias a abertura de escolas e universidades. Sobre salões de beleza, 51% não aprovam, em julho de 2020 eram 57%. No caso dos shoppings, 57% apoiam o fechamento, na edição anterior eram 69%.
O Instituto FSB Pesquisa entrevistou, por telefone, 2.010 brasileiros, entre 16 e 20 de abril, em amostra representativa da população brasileira. A margem de erro do estudo é de 2 pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%. Sempre que possível, os dados são comparados aos das rodadas 1 e 2, realizadas, respectivamente, em maio e julho do ano passado..

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