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sexta-feira, 22 novembro, 2024

“Vejo a Terra; ela é azul”

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Frase é do primeiro homem a ir ao espaço, o russo Yuri Gagarin, em 12 de abril de 1961; há 60 anos, a humanidade conquistou o espaço

Sem anúncios oficiais, há 60 anos, o major da Força Aérea russa Yuri Gagarin, de 27 anos, entrou a bordo de uma cápsula de 2,3 metros – batizada de Vostok 1 – e em um voo de uma hora e 48 minutos, deu uma volta ao redor do planeta. “Vejo a Terra; ela é azul”, disse Gagarin, em respostas fragmentadas via rádio, ao comando russo em terra.

Ao voltar ao chão, ileso, Gagarin virou uma das principais referências da corrida espacial ao longo das gerações. A comemoração em torno do feito daquele 12 de abril tomou conta da programação da rádio no país e das ruas de Moscou. Acabou dando origem a um feriado do país desde 1962, o Dia do Cosmonauta.

Em um período marcado pela Guerra Fria e pela expectativa de domínio político e de tecnologias via conquistas espaciais, a então União Soviética dava um grande largo, pouco tempo depois do lançamento do satélite Sputnik, em 1957. ”É possível sonhar com algo maior?”, perguntou Gagarin, dirigindo-se aos russos após o sucesso da missão Vostok.

O acontecimento histórico acirrou o empenho dos Estados Unidos e menos de um mês após o voo de Gagarin, em 5 de maio de 1961 o primeiro norte-americano foi lançado à órbita da Terra: Alan Sheperd. Oito anos depois a Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) saiu à frente ao levar o primeiro homem à Lua – ao que Yuri Gagarin, que morreu em 27 de março de 1968, aos 34 anos, durante um voo de treinamento, não pode assistir.

De camponês, operário, até chegar a aviador, o cosmonauta Gagarin definiu sua contribuição por ter pavimentado o caminho do homem no espaço. Estrada seguida por Neil Armstrong ao pisar na Lua, entre outros, e com expectativa de marcha acelerada rumo à Marte, em um futuro próximo.

Em nota, a Embaixada da Rússia no país lembrou a importância de Gagarin para a humanidade. “É um homem que abriu espaço para os seus contemporâneos, realizou o sonho atrevido e fantástico acalentado há séculos, mostrou às pessoas que nada é impossível. É um herói de todas as gerações não só para a Rússia, mas para todo o mundo”.

Este ano, em decorrência da pandemia do novo coronavírus, as celebrações pelo 12 de abril na Rússia se restringiram a uma cerimônia na Plataforma de Gagarin (local de onde a Vostok foi lançada em 1961) e uma conferência com delegações estrangeiras, que contou com a presença do primeiro-ministro do Cazaquistão, Askar Mamin. Além disso, uma coroa de flores foi colocada no Kremlin em homenagem aos cosmonautas mortos. O país também destacou no feriado nacional a adoção de tecnologias inovadoras em pesquisas espaciais.

De acordo com a embaixada, com a construção do novo cosmódromo Vostochny, novos equipamentos estão sendo desenvolvidos para projetos, como a nave tripulada Orel, o veículo de lançamento Irtysh e o propulsor de foguetes RD-171MW, considerado o mais potente do mundo. Passado o período de polarização da corrida espacial, atualmente os Estados Unidos também contam com a base de lançamento controlada pela Rússia para enviar astronautas ao espaço, devido ao fim do programa de ônibus espaciais da Nasa, em 2011.

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